Crise é muito pior do que aparenta ser em todos os países do mundo

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Publicado Segunda, 20 de Agosto de 2001 às 14:13, por: CdB

A economia mundial, que cresceu a passos largos até ano passado, hoje se arrasta nos EUA, Europa, Japão e demais países em desenvolvimento, em uma crise rara e simultânea. As últimas estatísticas econômicas ao redor do globo têm mostrado que várias regiões economicamente poderosas - Itália e Alemanha, México e Brasil, Japão e Singapura - têm visto suas economias estagnar-se, contrariando as expectativas de que o crescimento em outros países do mundo compensariam a diminuição no ritmo de crescimento dos EUA. Os US$ 33 trilhões da economia mundial irão se expandir este ano, com a mesma intensidade com que definhou ao longo dos anos da Grande Depressão. Entre as principais economias do mundo, somente a produção japonesa pareceu até agora inteiramente retraída, e condições climáticas rudes apontam para o desenvolvimento mundial em torno de apenas 2 pontos percentuais, um pouco acima da crise internacional que durou de 1982 a 1991. Tranqüilos, muitos estudiosos dizem que a economia do mundo está experimentando uma espécie de atoleiro, com as taxas de crescimento diminuindo cada vez mais rápido nas principais economias do mundo como não se via desde a crise do petróleo, em 1973. E desta vez não há apenas um único fator responsável pela diminuição na produtividade mundial, convencendo muitos economistas que a melhor alternativa talvez seja mesmo crescer lentamente. "Estamos vindo de um período de crescimento acelerado para uma freada sem precedentes desde a crise do petróleo", afirma Stephen S. Roach, economista-chefe do banco de investimentos Morgan Stanley, de Nova Iorque. "Quando se dá uma freada como esta, a impressão é que se vai sair voando pelo pára-brisas". A maior surpresa, até agora, é a pífia performance da Europa, em especial a Alemanha, onde seus líderes disseram, recentemente, ter conseguido escapar à desaceleração da economia americana. A economia da Alemanha, a maior da Europa, caminha para uma quase paralisia no segundo trimestre deste ano. A Itália e a Holanda praticamente não cresceram. E a frança, com sua economia relativamente inflada parou tão rápido quanto os consumidores e os negócios cortaram seus gastos. "No balanço geral, eu diria que a possibilidade de se continuar as dificuldades atuais, aqui e lá fora, é maior do que perceberam até agora a maioria dos economistas", diz Robert E. Rubin, ex-secretário do Tesouro norte-americano, atualmente o presidente do comitê executivo do Citigroup. A administração de George W. Bush acrescentou uma leve camada de brilho no quadro atual. O governo acredita que a combinação de impostos mais baixos, uma leve queda nos juros e um mínimo de inflação poderá providenciar um poderoso estímulo ao consumo e aos investimentos, o que ajudará a economia norte-americana a voltar a crescer ainda este ano ou no início do ano que vem. Nas últimas previsões oficiais, publicadas nesta segunda-feira (20/8), a Casa Branca anunciou a redução no crescimento do país em 1,7 por cento, quando o estimado anteriormente estava em 2,4 por cento, ambas as estimativas bem abaixo dos níveis de crescimento dos anos anteriores. Mas o governo espera uma grande reviravolta, no ano que vem, o que possibilitará uma taxa de crescimento em torno dos 3,2 por cento. Isso poderia transformar os EUA no motor do desenvolvimento mundial como aconteceu nos anos 90. Glenn Hubbard, presidente do conselho de Economia da Casa Branca, afirma que a diminuição do crescimento nos países parceiros dos EUA é assustadora. Mas também afirma que as razões para este péssimo desempenho são idiosincráticas, variando de lugar para lugar, e esta falta de um motivo específico para os problemas internacionais poderão jogar os EUA e a Europa em uma recessão. "Isso realmente se parece com uma recessão, em vários países", diz ele, "mas não consigo ver sinais exteriores de recessão, seja aqui ou na Europa". Algum tempo atrás os EUA tinham a esperança de alguma ajuda. Alguns dos principais condutores da po

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