Cresce a possibilidade de guerra entre Índia e Paquistão

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Publicado Sexta, 28 de Dezembro de 2001 às 18:32, por: CdB

Oficiais paquistaneses disseram que são grandes as chances de uma guerra com a Índia, a não ser que haja uma forte intervenção da comunidade internacional para reduzir a tensão entre os dois países. Representantes das forças paquistanesas afirmaram que 95% da Força Aérea indiana foi colocada em posição de ataque. A Índia também enviou grande número de soldados, veículos militares e mísseis para a região da fronteira com o país vizinho. Eles disseram que a movimentação de tropas é ainda maior do que o visto durante o breve conflito na área de Kargil, na região da Caxemira, dois anos atrás. A tensão na fronteira tem aumentado desde o ataque contra o Parlamento indiano, duas semanas atrás, que o governo da Índia atribui a dois grupos islâmicos que agem na Caxemira. O general Rashid Qureshi, porta-voz das Forças Armadas do Paquistão, disse que o governo indiano, com sua movimentação militar, criou uma situação da qual uma saída poderá ser difícil. Os ministros das Relações Exteriores do G-8 - grupo que reúne os países mais ricos do mundo e a Rússia - pediram, por sua vez, aos dois países que retomem o diálogo político. Eles também pediram que o Paquistão adote medidas mais duras contra grupos islâmicos que operam contra a Índia a partir de seu território. O governo dos Estados Unidos também intensificou seus esforços diplomáticos para tentar evitar um conflito entre Índia e Paquistão, ambos potências nucleares. O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, disse que a posição de Washington foi apresentada clara e cuidadosamente aos governos dois dois países, em telefonemas do presidente George W. Bush e do secretário de Estado Colin Powell. Segundo correspondentes, a preocupação dos Estados Unidos é evitar uma nova guerra entre Índa e Paquistão e que essa crise desvie a atenção de sua campanha contra o terrorismo internacional. "Nós estamos observando isso muito atentamente", disse o secretário Donald Rumsfeld. Depois da concentração de tropas indianas na fronteira com o Paquistão, os Estados Unidos estão preocupados com a possibilidade de que o Paquistão transfira forças dispostas ao longo da fronteira com o Afeganistão. "Eles ainda não retiraram tropas da fronteira afegã, o que seria uma grande decepção para nós", disse Rumsfeld. "Eles devem ter sete, oito ou nove batalhões ao longo da fronteira, o que é claramente um inibidor para as pessoas que tentarem fugir do Afeganistão." A tensão entre os dois vizinhos aumentou dramaticamente depois do ataque ao Parlamento indiano. O governo da Índia acusou os grupos separatistas da Caxemira Lashkar-e-Taiba e Jaish-e-Mohammad pela operação e disse que eles receberam auxílio do serviço de inteligência paquistanês. O Paquistão nega qualquer envolvimento no ataque. Na quinta-feira, Nova Délhi impôs sanções diplomáticas e econômicas contra o vizinho. A Índia proibiu ainda a entrada no espaço aéreo indiano da companhia aérea paquistanesa, a partir de 1º de janeiro e reduziu pela metade o corpo diplomático do país em Islamabad. O Paquistão respondeu com medidas semelhantes. O Paquistão exige provas do envolvimento dos dois grupos, mas já congelou seus recursos e prendeu o líder do Jaish-e-Mohammad. Mas a Índia exige que as duas organizações sejam fechadas definitivamente.

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