Crédito desacelera em julho, inadimplência avança mais

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Publicado Quarta, 24 de Agosto de 2011 às 11:11, por: CdB
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O crédito total do sistema financeiro no Brasil desacelerou em julho, mas a inadimplência cresceu ligeiramente, atingindo o maior patamar em 17 meses com os atrasos nos pagamentos das pessoas físicas. O Banco Central previu uma "acomodação" da inadimplência ainda no segundo semestre, e afirmou que a moderação do crédito já reflete o aperto monetário e a desaceleração da atividade econômica, ainda que também haja uma influência sazonal. O estoque de financiamentos aumentou 1,o% em julho sobre o mês anterior, chegando a 47,3% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$1,854 trilhão, mostraram dados divulgados nesta quarta-feira pelo BC. Em maio e junho, o avanço mensal havia sido de 1,6 %. As novas concessões com créditos livres, que excluem financiamentos com taxas fixadas em programas governamentais, caíram 5,1% na média diária do mês, para R$8,477 bilhões. "O crédito livre está refletindo sem dúvida um ambiente mais restritivo das condições creditícias, por conta da política monetária e das medidas macroprudenciais", afirmou a jornalistas o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. Ele ponderou que parte do desaquecimento também pode ser atribuído a uma tendência sazonal, em um provável efeito das férias. Em agosto, ao contrário, a tendência histórica é de crescimento das concessões, segundo Maciel. Segundo Maciel, apesar da desaceleração, "o crédito como um todo mantém tendência de expansão". O BC estima alta de 15 % no ano. Dados preliminares de agosto mostraram que a média das concessões diárias cresceu 1,9% no mês até o dia 11, quando comparado com igual período de julho. Inadimplência reistente A inadimplência oscilou de 5,1 % em junho para 5,2% em julho, maior nível desde fevereiro do ano passado, quando estava em 5,3 %. A elevação refletiu o avanço na inadimplência das pessoas físicas -de 6,4% para 6,6% - já que entre as empresas ela ficou estável em 3,8 %. O indicador, que aponta atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, está em alta desde o início do ano, quando o BC iniciou um ciclo de alta de juros para tentar conter a inflação. Desde dezembro, o governo também adotou medidas que encareceram o crédito de longo prazo para pessoas físicas. Para Maciel, "essas oscilações na taxa de inadimplência são naturais" e a tendência seria de acomodação até o fim do ano. Na mesma linha, a consultoria Rosenberg Associados afirmou em nota que "apesar de ainda ser provável que a inadimplência aumente mais um pouco, a tendência é que acabe se estabilizando em um nível historicamente confortável. Esta expectativa baseia-se no comportamento do mercado de trabalho, bastante favorável, que não justificaria, portanto, uma piora mais contundente na taxa de inadimplência.", O spread bancário, que mede a diferença entre as taxas pagas pelos bancos em suas captações e aquelas cobradas dos clientes finais, aumentou em 0,1 ponto em julho, para 27,4 pontos percentuais. Dados até o dia 11 de agosto apontaram uma nova alta de 0,1%. A taxa média de juros aumentou em 0,2 ponto no mês passado, a 39,7 % ao ano. Dados preliminares de agosto apontam estabilidade no custo médio dos empréstimos.
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