Cotação do dólar se mantém em alta

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Publicado Quarta, 23 de Setembro de 2015 às 07:58, por: CdB
Por Redação, com ABr - de Brasília: A crise política e as incertezas na área econômica levaram o dólar a ultrapassar a barreira dos R$ 4. Na terça-feira, o dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 4,054, recorde histórico desde a criação do real, em 1994. Nesta quarta-feira, a divisa norte-americana chegou ao recorde de R$ 4,13, e o Banco Central (BC) anunciou nova intervenção no mercado de câmbio. Para o professor de macroeconomia do Ibemec-RJ, Alexandre Espírito Santo, as principais motivações para a alta recente do dólar são a crise política e as dificuldades do governo de conseguir aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso Nacional.
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Na terça-feira, o dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 4,054, recorde histórico desde a criação do real, em 1994.
- Há nitidamente uma motivação doméstica - disse. O professor acrescentou que também tem influenciado a cotação do dólar a indicação de integrantes do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, de que os juros dos Estados Unidos podem subir antes do fim do ano. Na semana passada, o Fed decidiu adiar o aumento dos juros básicos da maior economia do planeta, que estão entre 0% e 0,25% ao ano desde o fim de 2008. Segundo o órgão, uma elevação neste momento poderia trazer riscos para a economia mundial. Altas de juros nos Estados Unidos pressionam a cotação do dólar em todos os países. Taxas maiores incentivam os investidores a retirar recursos de países emergentes, como o Brasil, para aplicar em títulos do Tesouro norte-americano, considerados a opção de títulos mais segura do planeta. O economista acrescentou que há também especulações sobre a possibilidade de mais agências de classificação de risco retirarem o grau de investimento do Brasil. No último dia 9, a agência de classificação de riscos Standard&Poor's reduziu a nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+, com perspectiva negativa, o que significa que há chance de nova revisão para baixo no futuro. Com a redução, o Brasil perdeu o grau de investimento, conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir. O professor destaca que quando um país perde o grau de investimento de duas agências, fundos de investimentos deixam o país. - Seria uma pressão muito grande, com muitos investidores saindo - disse. Ele acrescentou que a taxa de câmbio real (descontada a inflação brasileira e americana) média nos últimos 20 anos é R$ 3,50. Para o final do ano, ele prevê a cotação do dólar entre R$ 3,70 e R$ 3,80. O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, participa, nesta quarta-feira, da abertura da Missão de Revisão Anual da Fitch Ratings, agência de classificação de risco. O evento é fechado à imprensa. Uma das intervenções será por meio da venda de dólares no mercado futuro, o chamado swap cambial. O BC anunciou a negociação de até 20 mil contratos (US$ 1 bilhão). O banco vinha fazendo diariamente apenas a renovação desses contratos de swap. Mas hoje decidiu lançar novos contratos. Também será realizado hoje leilão de venda de dólares com compromisso de recompra no futuro. Nesse leilão, a oferta será de até US$ 2 bilhões.
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