"Cortes na Lusa tiram a voz a uma parte do país"

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Publicado Domingo, 21 de Outubro de 2012 às 07:18, por: CdB

Termina este domingo a greve de quatro dias na agência Lusa, que paralisou o serviço noticioso desde quinta feira. O esquerda.net falou com Sofia Branco, do Conselho de Redação da Lusa, sobre os efeitos dos cortes e a importância deste serviço público.Artigo |21 Outubro, 2012 - 14:11

Durante o protesto de sexta-feira, que levou os jornalistas e trabalhadores da agência Lusa de São Bento até à concentração de solidariedade com a greve no jornal 'Público', o esquerda.net ouviu a jornalista Sofia Branco, para quem "a agência Lusa presta um serviço público muito importante, apesar das pessoas muitas vezes não terem consciência disso". Segundo um estudo divulgado pela própria Lusa quando completou 25 anos, mais de 70% das notícias publicadas em Portugal sobre o que se passa no país e no mundo são feitas pela agência.

"Estes 31% de corte no Orçamento vão obviamente afetar a cobertura de rede que a agência tem. É possível que alguém de Castelo Branco, da Guarda ou até no litoral perder a sua voz, no sentido de não ter um interlocutor no local onde reside, tanto com o Governo central como com a sociedade em geral", defendeu a jornalista.

Para Sofia Branco, os cortes que ameaçam o futuro da Lusa afetarão também a diversidade na informação que é prestada ao país "Os partidos políticos terão sempre a sua voz, ela está sempre garantida no jornal e na televisão. Mas e os movimentos cívicos, as pequenas associações, os pequenos empresários?", questiona a jornalista, prevendo que "essa cobertura que a Lusa tem hoje está ameaçada com estes cortes, pois a agência terá menos gente e menos capacidade de fazer essa cobertura".

"A Lusa tem uma cobertura imensa no espaço da lusofonia é um ativo estratégico do Estado, no sentido em que reforça as suas relações diplomáticas e económicas com o resto do mundo", recorda ainda Sofia Branco, convencida de que "uma diminuição da rede afetará este ativo estratégico".

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