Corpo de dona-de-casa esquartejada é enterrado na zona sul de SP

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Publicado Quinta, 06 de Fevereiro de 2003 às 12:27, por: CdB

O corpo da dona-de-casa Maria do Carmo Alves, 46, foi enterrado hoje, por volta das 11h, no Cemitério Campo Grande, na zona sul de São Paulo. A vítima foi encontrada esquartejada no porta-malas do carro do cirurgião plástico Farah Jorge Farah, 53, em 24 de janeiro. O advogado da família da dona-de-casa, Rodney Barbierato Ferreira, deve entrar hoje com um pedido de bloqueio dos bens de Farah para uma possível indenização. Partes do corpo de Maria do Carmo foram encontradas dia 26. Faltavam as vísceras e as pontas dos dedos. O corpo foi liberado do IML somente nesta terça-feira. Farah confessou o crime, mas afirmou ter sofrido um lapso de memória em relação aos detalhes do assassinato. Um habeas corpus concedido pela Justiça desobriga o acusado de participar da reconstituição do crime. O promotor Orides Boiati afirma que vai denunciar o médico por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio insidioso e dissimulação). A denúncia deve abranger também destruição parcial e ocultação do cadáver e vilipêndio (desrespeito). A família de Maria do Carmo Alves pediu nesta quarta-feira o bloqueio do patrimônio do cirurgião. Segundo o advogado Rodner Barbiecato, a liminar garantiria que o médico pague indenização à família, que será pedida em processo. Esquartejamento Segundo a polícia, o crime ocorreu no consultório do cirurgião, em Santana, zona norte. Farah teria levado cerca de dez horas para esquartejar e dissecar o corpo da vítima. Depois do assassinato, o médico foi internado em uma clínica psiquiátrica na Granja Julieta, zona sul, a mesma onde ficou o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, acusado de matar a também jornalista Sandra Gomide, em 2000. O acusado disse à polícia que Maria do Carmo tentou entrou no consultório com uma faca e tentou agredi-lo. Disse não se lembrar de mais nada. O delegado-titular do 13º Distrito Policial (Casa Verde), zona norte, concluiu o inquérito na segunda-feira (3). A motivação do assassinato não é clara. A polícia não sabe também se o cirurgião teve a ajuda de alguém para praticar o crime. O consultório de Farah foi arrombado. As portas de entrada da clínica foram encontradas abertas no domingo (2), quando deveria ocorrer a reconstituição do crime. Supostos fragmentos de tecido humano foram encontrados em uma banheira da clínica. Fitas de áudio apreendidas no consultório do acusado indicam que Farah e Maria do Carmo mantinham uma relação íntima. Segundo a polícia, o médico gravava suas conversas telefônicas porque queria ter provas de que recebia ameaças supostamente feitas por Maria do Carmo. Após a prisão do acusado, pacientes de Farah denunciaram supostos assédios sexuais cometidos pelo médico.

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