Corinthians disputará Paulista sem patrocínio

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Publicado Terça, 11 de Janeiro de 2005 às 18:25, por: CdB

A ameaça antecipada sábado pela Agência Estado se confirmou hoje: a camisa do Corinthians não tem patrocínio. Kia Joorabchian enviou duas cartas hoje agradecendo e encerrando oficialmente o patrocínio da Pepsi e da Siemens. O iraniano não quis nem saber que a intermediária nos contratos encerrados foi Carla Dualib, neta do presidente Alberto Dualib. Os comentários no clube são de que a MSI exigiu no mínimo o dobro de cada empresa. A Pepsi e a Siemens estavam dispostas a pagar o mesmo de 2004 - R$ 12 milhões as duas juntas.

Sem querer comprar briga com a família, o consagrado publicitário Roberto Duailibi, sócio proprietário da DPZ, afirma que Kia está certo em exigir mais dinheiro.

"Quanto mais estrelas, maior o valor que deve ser pago pela camisa. O Corinthians é há anos o clube que atrai maior audiência nas transmissões pela tevê. Isso sem estrelas. Com os jogadores que foram contratados, os valores da camisa realmente precisam ser muito aumentados. A decisão de entrar com a camisa 'limpa' é acertada. Vai despertar a atenção generalizada de patrocinadores importantes", avalia Duailbi. "Seria ótimo que fosse para sempre. Essa história toda está me despertando a nostalgia dos tempos em que o Corinthians não precisava de patrocínio", relembra o publicitário. O clube do Parque São Jorge teve o seu primeiro patrocinador em 1982.

O presidente da MSI já havia avisado na semana passada aos dois patrocinadores que, depois de contratar Tevez, Carlos Alberto e Sebastian Dominguez, iria exigir bem mais do que os R$ 9 milhões que o fabricante de refrigerante pagava por ano e os R$ 3 milhões que a multinacional especializada em telefonia bancava no Corinthians.

O raciocínio da MSI é simples: equiparar o preço da camisa corintiana aos uniformes mais caros europeus. Os valores que Kia pôde usar como comparação e o deixaram alucinado para aumentar os preços da camisa corintiana são estes: o Bayern de Munique recebe 17 milhões (R$ 61 milhões) por ano da Deutsche Telekom, o Manchester United embolsa 12 milhões (R$ 43 milhões) da Vodafone, a mesma Siemens que pagava R$ 4 milhões pela camisa do Corinthians gasta mais de dez vezes com o uniforme do Real Madrid (R$ 43 milhões), a Opel desembolsa 9 milhões (R$ 32,4 milhões) ao Milan e o Arsenal recebe 8 milhões (R$ 28,8 milhões) da O2.

O Corinthians só manterá a Nike como fornecedora porque o contrato termina no final de 2006. Pagou R$ 15 milhões pelo direito de fabricar a camisa corintiana assinado em 2004. Caso contrário, Kia tomaria a mesma atitude.

A Agência Estado ligou para a assessoria da Pepsi e da Siemens mas os responsáveis pelo patrocínio não quiseram dar explicações sobre a dispensa corintiana.

"Eu acredito que o Corinthians precisa ter muito cuidado. A Pepsi e a Siemens são duas empresas de credibilidade que levam credibilidade para os clubes que decidem patrocinar. Muitas vezes não vale a pena ganhar mais dinheiro de empresas que não tenham tanta credibilidade", diz Fábio Fernandes, dono da F/Naskar, uma das agências mais premiadas do País.

"Espero que a MSI esteja blefando, porque no mercado não está fácil encontrar patrocinador. Eu sou vascaíno. Se a Siemens e a Pepsi quiserem, a camisa do meu clube está à disposição", brinca, provocativo, Fernandes.

Hoje, Kia contratou o ex-manager do Aston Villa, John Gregory, para ser consultor internacional da MSI na Europa. Daniel Passarella - que ainda não acertou - exerceria o cargo na América Latina.

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