Coréia do Norte intensifica guerra de palavras com os EUA

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Publicado Quinta, 06 de Fevereiro de 2003 às 14:16, por: CdB

A Coréia do Norte lançou sua salva mais forte um dia depois de declarar que seu reator de cinco megawatts estava funcionando "em condições normais" depois do que disse que foi seu "reinício". O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Donald H. Rumsfeld, juntou-se à guerra de palavras acusando a Coréia do Norte de ser governada por "um regime terrorista" que esteve "envolvida em coisas que são prejudiciais a outros países". Rumsfeld fez a declaração ao comitê dos serviços armados da Câmara dos Representantes enquanto ele e outros oficiais de alto nível em Washington e Seul tentavam discernir o qual seriamente ver a afirmação da Coréia do Norte de que o reator estava operando. O jornal do partido norte-coreano, Rodong Sinmun, alertou das conseqüências se os Estados Unidos considerassem seriamente um ataque preventivo ao complexo nuclear, dizendo que "um ataque surpresa às nossas pacíficas instalações nucleares culminaria em uma guerra total". Deixando claro o potencial de a Coréia do Norte causar caos à Coréia do Sul e possivelmente a alvos no Japão, o comentário dizia que seria "tolice dos Estados Unidos pensar que estamos sentados de braços cruzados esperando que eles dêem ordens" para iniciar o ataque. A dedução do comentário era de que a Coréia do Norte podia ser a primeira a atacar se os Estados Unidos posicionassem suas forças no oeste do Pacífico, como o Pentágono indicou que pode acontecer. O comentário norte-coreano pareceu ser uma resposta à revelação de que os Estados Unidos estão se preparando para mandar duas dezenas de bombardeiros ao Pacífico enquanto oficiais americanos teriam solicitado um porta-aviões e tropas adicionais para auxiliar a defesa da Coréia do Sul. O embaixador dos Estados Unidos para a Coréia do Sul, Thomas Hubbard, admitiu a ameaça representada por 1,1 milhão de tropas da Coréia do Norte, 80% delas dentro de 80 quilômetros da zona desmilitarizada entre as duas Coréias. "O seu país seria o único imediata e diretamente afetado se, Deus que nos perdoe, um conflito se iniciar novamente", lembrou ele a uma audiência de oficiais sul-coreanos e embaixadores estrangeiros. O Norte, disse ele, "tem a capacidade de devastar Seul e áreas vizinhas só com forças convencionais". A observação refletiu o que é visto como o principal motivo pelo qual os Estados Unidos evitam atacar o complexo nuclear norte-coreano em Yongbyon, local do reator nuclear. Oficiais da inteligência acreditam que a artilharia norte-coreana, a maior parte dela existente há pelo menos uma geração, pode em um dia lançar milhares de bombas na área metropolitana de Seul, incluindo a província ao redor e a cidade portuária de Inchon, onde metade dos 48 milhões de habitantes da Coréia do Sul vivem. Hubbard tentou, entretanto, moderar a sensação de crise gerada pela Coréia do Norte bem como comentários de Washington prometendo "o apoio e cooperação dos Estados Unidos" para empenhos do presidente-eleito Roh Moo Hyun para tentar "dialogar com Pyongyang dentro do panorama de um amplo empenho internacional". A referência a um empenho internacional refletiu a insistência da América em incluir outros países em negociações com a Coréia do Norte, que foi igualmente insistente em afirmar que quer negociações somente com os Estados Unidos. Enquanto oficiais americanos pareceram achar que o Norte tinha aumentado as apostas no confronto dizendo que tinha reaberto seu reator, os sul-coreanos não pareciam tão preocupados. Roh, em discurso a autoridades econômicas e líderes comerciais estrangeiros no fim de uma discussão de duas horas sobre o potencial da Coréia do Sul como o principal centro financeiro da Ásia, ganhou aplausos quando disse: "Por favor, não se preocupem em investir na Coréia". Ele disse que ia "garantir a paz nesta Península" de seu compromisso básico e iria "prevenir a guerra nesta península". No ministério do Exterior, um oficial ridicularizou o mais recente comentário de Pyongyang, ch

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