Copom aumenta taxa Selic de juros para 25,5% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira, aumentar a taxa de juros básicos da economia brasileira, a Selic, em meio ponto percentual, passando-a para 25,5 por cento ao ano, sem viés. A decisão foi unânime entre os membros do Copom e ocorre em conformidade com a expectativa da maioria dos analistas de mercado. A ação do Copom acontece um dia após o Banco Central ter ajustado a meta de inflação em 2003 para 8,5 por cento, elevando em dois pontos percentuais a projeção anterior. Após o reajuste da meta inflacionária, analistas comentaram que o mais lógico seria o Copom, em sua primeira reunião no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e também com Henrique Meirelles na presidência do BC, elevar os juros. Se a meta de inflação não tivesse sido reajustada, a aposta do mercado indicava a manutenção dos juros. A teoria do mercado foi confirmada pelo Copom, ao divulgar o anúncio sobre a alta desta quarta-feira. "Os indicadores de inflação mostraram sinais de queda. No entanto, o Copom julgou que a convergência das expectativas de inflação para as trajetórias das metas recomenda elevação da taxa para 25,5 por cento", diz a nota do Copom. A ata da reunião, detalhando os motivos da revisão, será divulgada na próxima semana. A Selic situava-se em 25 por cento ao ano desde 18 de dezembro passado, quando o BC realizou sua última revisão de 2002. Ao longo do ano passado, a taxa foi majorada três vezes, a primeira somente em outubro, quando, em reunião extraordinária do Copom, passou de 18 para 21 por cento, pressionada pela maior alta do dólar em 2002, que na ocasião encostava na casa dos R$ 4. Uma semana depois, na revisão regular realizada mensalmente, os técnicos em política monetária do BC deixaram a Selic inalterada. Já em novembro, a taxa subiu mais um ponto percentual e, em outubro, sofreu uma nova alta expressiva, desta vez de três pontos, para 25 por cento ao ano.