O presidente da Cooperativa Riograndense de Laticínios e Correlatos (Corlac), Gervásio Plucinski, criticou nesta quinta-feira a determinação do Governo de estabelecer o ano de 2005 como prazo para que os produtores de leite brasileiros atinjam a qualidade exigida pelo mercado internacional. Ele participou de audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, que se encerrou há pouco.
Gervásio acredita que a tendência é que haja a expulsão dos produtores do mercado por não atingirem a meta estabelecida.
- O Governo estabeleceu uma meta, mas não tem o diagnóstico do problema nem sabe quais as medidas a serem adotadas. É como um médico que estabelece um prazo para o doente se curar, sem indicar os medicamentos a serem aplicados - criticou.
A representante da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) do Ministério da Agricultura, Maria Helena Fagundes, defendeu a harmonização das políticas públicas.
- É contraditório o Governo gastar bilhões de dólares em assentamentos para Reforma Agrária e, ao mesmo tempo, não garantir a sobrevivência do pequeno produtor rural, que acaba sendo expulso de suas terras e de sua atividade econômica - aponta. Maria Helena afirma que faltam uma política de preço mínimo para o setor, acesso a financiamentos e à tecnologia.
O presidente da Comissão, Waldemir Moka, disse que diversos segmentos serão ouvidos para se formular uma proposta de política pública que garanta a atividade dos pequenos produtores, notadamente da agricultura familiar.