Controle do jornal Gazeta Mercantil será decidido em dezembro

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Publicado Quinta, 14 de Novembro de 2002 às 15:01, por: CdB

A passagem de parte das ações da Gazeta Mercantil para o controle do grupo Multimídia S/A, do qual o empresário Nelson Tanure detém maioria, depende do exercício da opção de compra destes papéis, subscritos ao Bank of America, a vencer no próximo dia 12 de dezembro. A informação está na edição desta semana de Jornalistas & Cia. Leia a íntegra da matéria "Ainda é dramática a situação financeira da Gazeta Mercantil, mas há, dentro do jornal, uma luta permanente para reverter uma situação que, de resto, afeta tanto quem está na ativa como também as centenas de colegas que, mesmo com acordos homologados na Justiça, não conseguem receber as verbas rescisórias. Os funcionários, sob a liderança dos jornalistas, criaram a Associação dos Funcionários Credores, já com mais de 300 associados, para defendê-los nas negociações com a empresa, o que tem sido feito pelo advogado Ronaldo Martins, do escritório Martins & Salvia. Os funcionários, além disso, passaram a monitorar dia-a-dia o fluxo de caixa, o que quer dizer que sabem exatamente quanto entra e quanto sai de dinheiro da empresa. Na última semana, notícias divulgadas em vários veículos dão conta da jogada de Nélson Tanure, para ficar com o controle do jornal, a partir da compra de dívidas que ela tem com o Bank of America. Luiz Fernando Levy, em conversa que teve com os editores, dias atrás, descartou essa possibilidade. "Disse que dos U$ 20 milhões recebidos de empréstimo a empresa já amortizou U$ 12 milhões (em dois pagamentos) e que mesmo tendo, no contrato, dado o título do jornal e o controle da empresa como garantias, não há risco numa eventual demanda, pois o próprio banco não cumpriu sua parte, que era a de viabilizar a entrada de um sócio na empresa. O que Tanure tem em mãos, segundo apurou J&Cia, é uma opção de compra, que deverá ser exercida ou não até 15/12. Ele ainda não comprou nada e deverá decidir se fica ou não com os créditos até aquela data. E aí a briga será nos tribunais. Nesta mesma reunião, Levy garantiu que da dívida de U$ 8 milhões restante, o passivo, escontando outros créditos e débitos, é de no máximo R$ 4,5 milhões, o que torna a garantia excessiva para o tamanho dela - em tese, uma vantagem em eventual demanda. "Tanure conseguiu uma vitória parcial na justiça, ao obter mandado de notificação em cima do crédito pessoal que passou a ter com a empresa, quando fez um empréstimo de R$ 2,2 milhões no final de 2001. Com isso, impede, ao menos temporariamente, que a GZM realize negócios de operação de venda de ativos - caso do call center (núcleo responsável pela comercialização de assinaturas do jornal) cujos recursos poderiam ser canalizados para o pagamento dos salários atrasados. Outro compromisso assumido por Levy com os editores foi o de incentivar a criação de projetos especiais para levantar recursos novos e com eles ir quitando as dívidas. Um desses projetos é um livro sobre investimentos no Brasil, que poderá render R$ 6 milhões. Todos sabem da briga feia tida por Levy com Thompson-Flores, mas ele evita tocar no assunto, sobretudo agora que o ex-presidente da empresa se aliou a Tanure. Levy abriu contra Thompson-Flores um processo criminal. De qualquer modo, o próximo capítulo especial está sendo aguardado para 15/12, quando vence a opção de compra da dívida do Bank of America por Tanure."

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