Contra assédio, cidade no México tem táxi cor-de-rosa para mulheres

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Publicado Quinta, 08 de Outubro de 2009 às 07:40, por: CdB

A cidade mexicana de Puebla, localizada a 130 quilômetros da capital, inaugurou nesta semana uma frota exclusiva de táxi para mulheres como forma de evitar assédios.

Chamados de Pink Taxi (Táxi Rosa), os veículos pintados de cor-de-rosa são dirigidos por mulheres e voltados para uma clientela feminina.

Os 35 veículos circularão 24 horas por dia e têm como público-alvo donas de casas, jovens universitárias e mulheres da terceira idade, que podem solicitar o serviço por celular.

– Este sistema surge em razão da necessidade de contar com um transporte inovador e seguro para as mulheres. Em outros lugares do mundo vem funcionando com grande sucesso e agora Puebla será pioneira no transporte exclusivo para mulheres na América Latina –, afirmou o secretario de Comunicações e Transporte do Governo de Puebla, Valentín Meneses Rojas.

Segundo Sandra Montalvo, diretora do Instituto Municipal da Mulher, há um grande número de queixas de roubos e abusos sexuais não só nos táxis, mas em outros meios de transporte público. – Nossa ideia é, em breve, lançar os ônibus exclusivos –, disse.

Para impulsionar a iniciativa dos táxis para mulheres, a prefeitura da cidade se uniu à iniciativa privada, regulamentando os carros e oferecendo capacitação a 70 motoristas contratadas.

As taxistas licenciadas passaram por exames clínicos, psicológicos, teóricos e de condução.

Sandra Montalvo rebate as críticas ao novo sistema, que geralmente apontam que a ação é sexista.

– A ONU e todos os tratados internacionais sobre igualdade de gêneros permitem estas ações discriminatórias que têm por objetivo ajudar a reduzir a brecha entre homens e mulheres que ainda existe. São as chamadas ações afirmativas.

Puebla também quer evitar o cenário que vive hoje a capital do país. Na Cidade do México, não são raros os casos de crimes sexuais em táxis.

Somente entre janeiro e agosto deste ano, 25 taxistas foram detidos por abusos. Segundo a Procuradoria do Distrito Federal, a incidência é de seis a oito ataques por mês.

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