Instalado nesta quarta-feira, o Conselho de Ética do Senado, órgão responsável por investigar a conduta dos senadores, não analisou o pedido de abertura de processo protocolado pelo PSOL contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O presidente eleito do órgão, senador Sibá Machado (PT-AC), disse, sem citar o pedido do PSOL, que precisa de tempo analisar os documentos enviados ao conselho.
"Todo e qualquer procedimento de minha parte será primado pela observância à Constituição Federal e ao regimento interno. Neste momento, quero solicitar reunião para semana que vem, que é o tempo que preciso para analisar os documentos já enviados a esta Casa", afirmou.
A vice-presidência do Conselho de Ética será ocupada por Ademir Santana (DEM-DF). Ele e Sibá assumiram a vaga de senador como suplentes. O petista é suplente da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e Santana assumiu a vaga de Paulo Octávio (DEM-DF), eleito vice-governador do Distrito Federal.
Caberá a Sibá, por exemplo, indicar o relator da representação do PSOL contra Renan por suposta quebra de decoro por conta das denúncias de envolvimento com um lobista de uma empreiteira e com Zuleido Veras, dono da Gautama, empresa alvo da Operação Navalha, da Polícia Federal, que desmontou um esquema de fraudes em licitações.
A sessão de instalação do conselho ocorreu em clima de cordialidade. Partido de Renan, o PMDB, que tinha direito à presidência por ter a maior bancada do Senado, abriu mão do cargo para o PT. O partido, então, indicou Sibá, que foi eleito por 15 votos a favor e somente um em branco.
Antes de assumir, Sibá recebeu orientação da líder do partido, Ideli Salvatti (PT-SC), sobre os procedimentos no comando do órgão. A estratégia é, por enquanto, não acelerar o processo contra Renan.
Além de um aliado na presidência, Renan possui maioria dentro do conselho: dos 16 votos, pelo menos 9 são de senadores aliados do presidente da Casa.