Confrontos no Líbano deixam saldo de sete mortos

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Publicado Segunda, 28 de Janeiro de 2008 às 08:46, por: CdB

Sete pessoas, no mínimo, morreram na madrugada desta segunda-feira, depois que tropas libanesas enfrentaram manifestantes que protestavam contra a falta de luz nas áreas predominantemente xiitas do sul de Beirute. A maior parte das vítimas é de ativistas dos partidos de oposição xiitas Amal e Hezbollah.

A violência começou quando o Exército tentou impedir que uma estrada fosse bloqueada com pneus em chamas. Partidários do governo, apoiado pelo Ocidente, acusam a oposição de explorar questões econômicas e sociais com fins políticos. Mas tanto o Hezbollah como o Amal negam que este seja o caso e já pediram que seus ativistas deixem as ruas.

Na sexta-feira, a explosão de um carro-bomba na capital matou um proeminente membro do setor de inteligência da polícia e outras três pessoas. O Líbano vive um momento de forte instabilidade política, já que está sem presidente desde o dia 23 de novembro - quando Emile Lahoud, pró-Síria, deixou o cargo depois de nove anos no poder.

A oposição liderada pelo Hezbollah, a favor da influência síria sobre o país, e o governo do primeiro-ministro Fouad Siniora, que tem o apoio dos Estados Unidos, continuam tentando vencer um impasse para a escolha do presidente.

Partidários do governo libanês acreditam que este último ataque, como a morte do chefe de operações do Exército em dezembro de 2007, seria uma mensagem da Síria e de seus aliados locais para as instituições de segurança libanesas. Mas o governo sírio nega qualquer envolvimento e condena ataques como este.

Os ministros do Exterior da Liga Árabe se reúnem pela segunda vez este mês, no Cairo, para tentar acabar com o impasse político no Líbano.

Estado de emergência

Após os confrontos, o Líbano vive sob severas medidas de segurança e foi decretado, nesta segunda-feira, dia de luto nacional, diante de alertas quanto à ameaça de uma nova guerra civil, em um país que não tem presidente desde 24 de novembro.

Nas ruas, o Exército mobilizou oficiais para a patrulha de várias áreas de Beirute afetadas pelos distúrbios. Os soldados levantaram barreiras em várias ruas e avenidas que vão dos bairros xiitas dos subúrbios da Zona Sul da cidade às regiões cristãs da capital.

A imprensa libanesa, nas edições desta segunda-feira, informou que a violência explodiu quando os manifestantes, que protestavam contra os cortes de energia elétrica bloqueando as ruas no bairro xiita de Chiyah, entraram no bairro vizinho cristão de Ain el-Remmaneh, incendiando automóveis e apedrejando os pedestres. A explosão de uma granada deixou sete feridos.

Vários manifestantes abriram fogo contra os militares, que haviam atirado para o alto com o objetivo de dispersar a multidão. Até o momento não foi possível determinar a origem dos tiros que provocaram as mortes.

A imprensa libanesa destacou nesta segunda-feira o temor de que as manifestações sangrentas sejam o início de uma nova guerra civil. O conflito interno de 1975-1990 começou nos mesmos bairros: Ain el-Remmaneh e Chiyah.

O Hezbollah, que lidera a oposição à maioria anti-síria a respeito da divisão do poder político, acusou o governo. "Pedimos que o Exército explique claramente quem está por trás da morte destas pessoas inocentes", afirmou o partido xiita.

"Estas vítimas caíram sob as balas de soldados? Se foi assim, quem ordenou que o Exército atirasse?", questiona o Hezbollah.

A maioria anti-síria por sua parte acusou a oposição de utilizar as manifestações com fins políticos. Os opositores rebateram a acusação, mas ameaçaram recorrer a novos protestos para obter a formação de um governo, no qual teriam direito a uma minoria de bloqueio.

"Os partidos do eixo sírio-iraniano tentaram deliberadamente provocar a explosão da situação e criar o caos", afirma um comunicado da ala governista.

A companhia Eletricidade do Líbano destacou em um comunicado que o motivo a

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