Confrontos entre oposicionistas e aliados a Kadafi continuam na Líbia

Arquivado em:
Publicado Sexta, 26 de Agosto de 2011 às 11:27, por: CdB

ONU apela aos líbios para que adotem medidas que evitem atos de violência ou vingança

26/08/2011

 

da Redação

 

Desde a tomada da capital Trípoli, na última segunda-feira (22), pelas forças contrárias ao presidente líbio Muamar Kadafi, persistem os confrontos entre os oposicionistas e os aliados do governo.

Na quinta-feira (25), houve intenso conflito no bairro Abu Salim, um dos poucos locais da capital onde se mantém o apoio a Kadafi. Além disso, os oposicionistas seguem em direção à Sirte, cidade natal do presidente, mas encontram forte resistência dos aliados do presidente. Há também relatos de que aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) bombardearam a cidade durante a madrugada.

A localização do presidente líbio ainda é desconhecida, mas há suspeitas de que ele esteja na Líbia. O presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafa Abdeljalil, defende que Kadafi seja, primeiro, submetido a uma julgamento no país e só depois enviado para o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, onde será julgado, ao lado de alguns de seus colaboradores, por crimes de guerra e contra a humanidade, como violação de direitos humanos, massacre e agressões generalizadas.

Nesta sexta-feira (26), a Organização das Nações Unidas (ONU) apelou tanto aos oposicionistas quanto aos aliados de Kadafi para que adotem medidas que evitem atos de violência ou vingança.

O apelo foi feito logo após a ONU liberar US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 2,4 milhões) dos recursos do governo líbio que estavam congelados devido a sanções impostas à Líbia por causa das agressões contra a população promovidas por Kadafi. O valor liberado deve atender a necessidades humanitárias urgentes.

As sanções econômicas, financeiras e comerciais foram impostas pelo Conselho de Segurança da ONU em fevereiro e determinam a suspensão de negociações e acordos com líbios e autoridades ligadas ao governo do presidente Muamar Kadafi. Também ordenam o congelamento de bens de Kadafi e seus colaboradores em bancos estrangeiros.

O governo brasileiro determinou o embargo de armas à Líbia, suspendendo as vendas, transferências e compras de armamentos e materiais bélico. Além disso, proibiu a comercialização de munições, veículos militares e fornecimento de assistência técnica, financeira e treinamento para atividades militares líbias.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, não há possibilidade de o Brasil suspender unilateralmente as sanções impostas à Líbia pela ONU. “É uma matéria para deliberação do Conselho de Segurança. O conselho impôs por unanimidade as sanções há alguns meses, qualquer determinação de modificação, suspensão e interrupção terá que ser tomada pelo conselho”, afirmou.

 

Transição

Com a tomada da capital Tripoli e o fim do governo de 42 anos de Kadafi, os países começam a estudar o fim das sanções. Além da liberação de recursos feita pela ONU, a Itália também anunciou que irá liberar mais de US$ 500 milhões em ativos congelados para ajudar o CNT.

O Conselho diz que precisa de dinheiro para pagar salários atrasados de servidores líbios e para manter os serviços e instalações de petróleo, vitais para a recuperação do país.

O CNT já é reconhecido como representante legítimo do povo líbio por 15 países da Europa e da África, além da Liga Árabe e dos Estados Unidos. O governo brasileiro, por sua vez, ainda não o reconhece como o único representante do novo governo líbio e da sociedade.

Segundo Patriota, “não basta Kadafi deixar Trípoli para se estabelecer a normalidade” no país. “[O governo de transição deve] se preocupar em reconstruir a união nacional, em apaziguar a situação interna e em estabelecer um calendário [eleitoral] que, esperamos, obedeça as linhas gerais do mapa do caminho estabelecido pela União Africana”, disse o ministro.

O embaixador líbio no Brasil, Salem Al Zubaidi, anunciou nesta sexta-feira (26) seu “apoio e lealdade” ao CNT. Al Zubaidi, que até o começo desta semana se dizia fiel ao governo de Muamar Kadafi, disse que foi escolhido pelo povo líbio para representar o país e, mudou sua conduta, porque a maioria da população apoia a oposição. (com informações da Agência Brasil)

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo