Conflitos são retomados em ex-reduto de Gaddafi

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Publicado Domingo, 21 de Outubro de 2012 às 10:19, por: CdB
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Milicianos líbios alinhados ao Ministério da Defesa bombardearam o ex-reduto de Gaddafi, Bani Walid, neste domingo, ampliando uma disputa entre duas cidades que demonstra as profundas divisões do país um ano após o líder veterano ser morto. Milícias, muitas das quais são de Misrata, têm bombardeado a cidade de 70 mil pessoas por vários dias. A agência de notícias estatal líbia Lana disse no sábado que 14 pessoas foram mortas e 200 ficaram feridas nos combates. Os novos governantes da Líbia levaram o país às eleições, mas têm lutado para impor sua autoridade em um país repleto de armas. Relatos conflitantes sobre o destino do ex-porta-voz de Gaddafi e seu filho salientaram o caos e a confusão. - Os ataques continuam - disse o líder da milícia Bani Walid, Abdelkarim Ghomaid, por telefone. "O bombardeio vem de todos os lados." Ele disse que os combatentes de Bani Walid capturaram 16 carros pertencentes às milícias de Misrata. Isso não pode ser imediatamente verificado de forma independente. Enquanto Misrata passou semanas sob cerco das forças de Gaddafi na guerra do ano passado, Bani Walid foi uma das cidades que permaneceram mais tempo leais a Gaddafi. Ela continua isolada do resto da Líbia e ex-rebeldes dizem que ainda abriga bolsões de apoio ao antigo governo. Misrata estava enfurecida pela morte do rebelde Shaban Omran, após dois meses de detenção em Bani Walid. Shaban, de Misrata, foi o homem que encontrou Gaddafi escondido em um tubo de drenagem em Sirte, em 20 de outubro de 2011. O Congresso líbio ordenou que os Ministérios da Defesa e do Interior encontrem os responsáveis por sequestrar Shaban e suspeitos de torturá-lo.Ele deu a Bani Walid um prazo para entregá-los. - A luta continua hoje. Há fumaças sobre certas partes da cidade - disse um morador de Bani Walid por telefone. Centenas de famílias fugiram dos combates em Bani Walid para Tarhouna, a cerca de 80 km, nos últimos dois dias. Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro no sábado disse que as milícias haviam capturado o ex-porta-voz de Gaddafi, Moussa Ibrahim, em Tarhouna. No entanto, em um clipe de áudio postado no Facebook, uma pessoa que se apresenta como Ibrahim, que realizou entrevistas coletivas regulares em Trípoli durante a guerra do ano passado, rejeitou a notícia de sua prisão. Não houve verificação independente da autenticidade da publicação no Facebook, datada de 20 de outubro. Algumas autoridades disseram que o filho de Gaddafi, Khamis, foi capturado em Bani Walid e morreu depois de ser levado para Misrata, porém, não houve declaração oficial por escrito do governo sobre isso, como em capturas anteriores de figuras do antigo regime. O vice-primeiro-ministro Mustafa Abushagur disse em seu Twitter oficial neste domingo, que o anúncio da prisão de Ibrahim e da morte de Khamis foi feito sem a confirmação da notícia. Nenhuma fotografia de Ibrahim ou Khamis presos surgiu após os relatos. O governo já havia feito falsas alegações sobre a captura de legalistas a Gaddafi. Khamis foi dado como morto em pelo menos três ocasiões separadas durante o conflito do ano passado. Um canal de televisão baseado na Síria, que apoiou Gaddafi, disse que ele tinha sido morto em combate ao sudeste de Trípoli em 29 de agosto de 2011.
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