Comunidades quilombolas da Amazônia estão desnutridas, diz Fiocruz

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Publicado Sexta, 18 de Abril de 2003 às 13:27, por: CdB

As condições de saúde de seis comunidades de quilombolas da região amazônica foram avaliadas pela primeira vez por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da unidade de Manaus. O trabalho realizado pelo epidemiologista Luciano Toledo, a nutricionista Denise Oliveira e Silva e a pesquisadora Ana Felisa constatou problemas graves de saúde, principalmente de desnutrição, com casos sérios de marasmo em algumas crianças. Segundo Luciano Toledo, a condição nutricional das crianças menores de seis anos foi o problema que mais chamou a atenção dos pesquisadores. Em uma das comunidades, como a de Arapemã, próxima ao rio Tapajós, no Pará, 50% das crianças apresentaram quadro de desnutrição grave, caracterizado por perda de peso, atrofia muscular e retardo de crescimento, devido à alimentação pobre em proteínas e calorias. O trabalho dos pesquisadores da Fiocruz com a população quilombola da Amazônia teve como resultado imediato a sua inclusão no Programa Fome Zero. Além disso, o Instituto de Tecnologia em Fármacos, unidade da Fiocruz produtora de medicamentos, doará remédios para o combate da anemia, controle de vermes, suplementos vitamínicos, antidepressivos e antibióticos. Outra ação emergencial será o acompanhamento das condições de saúde dessas comunidades por agentes comunitários, através da implementação do Programa de Saúde da Família Quilombola. As populações remanescentes de quilombos da região amazônica estão localizadas nos Estados do Pará, Amapá e Maranhão. Os negros fugitivos navegaram pelo rio Amazonas e Tapajós e formaram 60 comunidades quilombolas só no Pará. A maioria dessas comunidades vive sem energia elétrica, abastecimento de água, saneamento básico e transporte. O estudo dos pesquisadores da Fiocruz foi feito em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), Ibama, Secretaria de Saúde da Santarém e com o Projeto Pega o Beco, que divulga a cultura do povo negro.

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