Comissão da Verdade cria grupo para investigar papel das igrejas na ditadura

São Paulo – O grupo de trabalho da Comissão Nacional da Verdade criado para investigar o papel das igrejas cristãs – católicas e evangélicas- no período da ditadura militar no país (1964-85) fará na quinta-feira (8) sua primeira reunião. O foco da investigação é relativo tanto à resistência de religiosos ao regime quanto à colaboração de outras à repressão.

O grupo será coordenado pelo professor Paulo Sérgio Pinheiro, membro da Comissão, que será assessorado por teólogos, historiadores e sociólogos convidados. O encontro de quinta-feira será no Gabinete da Presidência da República em São Paulo.

Grande parte da igreja católica apoiou o golpe de 1964, que instaurou a ditadura no Brasil, muito fundamentada na ideia de frear os movimentos de esquerda que ganhavam mais espaço no país e a chamada desordem social que os militares afirmavam ameaçar a sociedade. Porém, as violações dos direitos humanos, a censura à imprensa e o ataque às instituições democráticas no geral fez com que parte da igreja adotasse posições mais progressistas e até de resistência ao regime.

Nomes como Dom Paulo Evaristo Arns, Frei Betto e Frei Tito – este torturado por agentes de Estado em 1970 – são alguns daqueles que figuraram na luta pelos direitos humanos no período militar.