Comerciantes se preparam para Natal mais pobre

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Publicado Quarta, 26 de Setembro de 2001 às 15:11, por: CdB

As vendas natalinas em 2001 serão 10% inferiores do que as do ano passado, segundo o presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Abram Szajman. "Será um Natal de presentinhos", afirma. Segundo o empresário, a economia já estava se retraindo, uma vez que as tarifas de serviços públicos (energia elétrica, transporte) subiram em média 20% este ano, enquanto os aumentos salariais não chegam a 4%. As instituições financeiras vinham desde junho reduzindo os prazos no crediário de até 44 meses para no máximo 26 meses, diz Szajman. O encurtamento nos prazos provocou um aumento no valor das prestações mensais que estão deixando de se enquadrar no orçamento doméstico. Isso está provocando - nos últimos 60 dias - um aumento na inadimplência das prestações. Ele observa ainda que há pressão para repasse nos preços por parte dos fabricantes de produtos com alto coeficiente de matéria-prima importada (caso dos eletrodomésticos). Sjazman diz, no entanto, que o comércio tem resistido em aceitar o repasse, dada a queda no poder aquisitivo do consumidor. A expectativa no início do mês era de uma queda de 8% nas vendas no quarto trimestre de 2001 em relação ao mesmo período do ano anterior e que foi revista agora para uma queda de 10% na mesma época. A partir do próximo mês (outubro), o empresário afirma que o comércio sofrerá dois impactos fortes que provocarão retração no consumo: o compulsório de 10% sobre os depósitos a prazo e a tentativa de repasse da elevação nos preços do atacado para o varejo. Segundo Szajman, o compulsório sobre depósitos a prazo estabelecido na sexta-feira passada deverá provocar uma alta nas taxas de juros para o crediário. Os aumentos nas taxas de juros nos financiamentos e a redução nos prazos diminuirão a demanda do consumidor por empréstimos, diz o empresário. A tentativa de elevação nos preços também deverá acarretar em queda nas vendas. "O resultado será o consumidor comprando apenas bens de pequeno valor neste final de ano", disse o empresário.

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