‘Começou a semana da vergonha nacional’ diz Lula sobre o Senado

Arquivado em:
Publicado Quinta, 25 de Agosto de 2016 às 11:39, por: CdB

Lula falou por meia hora e não poupou críticas aos senadores e integrantes da base aliada ao governo da presidenta que poderá perder o mandato, caso não reúna os 26 votos necessários para barrar o processo

 
Por Redação - do Rio de Janeiro
  Em discurso aos trabalhadores e sindicalistas, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva afirma que começou, nesta quinta-feira, a "semana da vergonha nacional”, no início do julgamento do impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado. O líder foi recepcionado, nesta manhã, em um hotel na Zona Oeste do Rio, pela candidata do PCdoB à prefeitura do Rio, deputada Jandira Feghali e depois seguiu para o ato "em defesa da Petrobras, da indústria naval e pela geração de empregos”. O ato reuniu, segundo os organizadores, cerca de 5 mil pessoas.
lula-jandira1.jpg
Lula e Jandira encontraram-se, pela manhã, pouco antes do ato público em Niterói
Lula falou por meia hora e não poupou críticas aos senadores e integrantes da base aliada ao governo da presidenta que poderá perder o mandato, caso não reúna os 26 votos necessários para barrar o processo. — Hoje é o dia em que começam a rasgar a constituição do país. Estou envergonhado de perceber que o Senado, que deveria estar debatendo os interesses do povo brasileiro e os interesses dos trabalhadores, está discutindo a condenação de uma pessoa inocente — disse Lula, que questionou a legitimidade do julgamento. Lula também fez duras críticas àqueles aliados que votaram favoravelmente ao impeachment de Dilma. — Estou triste com o comportamento do prefeito do Rio (Eduardo Paes) e do filho do Sérgio Cabral (Marco Antônio Cabral) pelo impeachment — disse. O líder petista citou, nominalmente, o senador Marcelo Crivella (PRB), ex-ministro no governo Dilma e adversário de Jandira na corrida pela prefeito do Rio. — Crivella, que eu apoiei em 2014, que fala em nome de Deus, não pode cometer uma deslealdade dessa, assim como outros — afirmou. Amigo pessoal de Dilma, Lula afirmou que o presidente de facto, Michel Temer, não sabe governar e por esse motivo quer promover privatizações. — O que está em jogo é a tentativa de acabar com o direito desse país ser grande e da Petrobras ser a maior empresa de petróleo do mundo — afirmou.

A luta continua

Embora se declare favorável às investigações da operação Lava Jato, “se roubou tem que ir para a cadeia", argumentou, Lula se coloca contrário às delações premiadas que servem aos delatores para mentir, enquanto seguem livres "fumando charuto cubano". Quanto à possível candidatura, em 2018, Lula disse apenas: "Vamos ver". Estiveram presentes ao ato o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, ausentes na véspera, em manifestação liderada pela presidenta Dilma, na capital paulista. — Vamos enfrentar um período difícil nos próximos dois anos e a luta contra os golpistas está apenas começando. Em algum momento vamos ter que fazer uma vigília e cercar o BNDES, a Petrobras e a Globo — afirmou Stédile. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) apoiaram o ato com bandeiras e faixas contra o governo golpista, o esquartejamento da Petrobras e a operação Lava Jato.
Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo