Começa no Rio o festival <i>Anima Mundi</i>

Estará no ar, no Rio de Janeiro, a partir desta sexta-feira, dia 11, e até o próximo dia 20, a décima primeira edição do Festival Internacional de Animação do Brasil - Anima Mundi.

São quase 600 produções de 40 países, entre filmes de curta e longa metragem, seriados e comerciais, um recorde em todas as edições do festival.

O Brasil, onde ainda não há escola para o cinema de animação, apresenta o maior número de produções pelo quarto ano consecutivo (105), seguido do Reino Unidos, Estados Unidos, França, Canadá e Alemanha.

São trabalhos que refletem, a exemplo de todos os outros, os impactos da violência e dos conflitos armados em todo o mundo. Em São Paulo, o festival acontece de 23 a 27 de julho.

- São produções sérias e, até mesmo, sombrias, características bem diferentes daquelas que marcaram, até hoje, o cinema de animação, como o humor e o tom engraçado, que garantiam momentos de pura diversão e muito riso - diz César Coelho, que divide a organização do evento com Lea Zagury, Aída Queiroz e Marcos Magalhães,

Além da apresentação dos filmes e das oficinas que permitem ao público experimentar diversas técnicas de animação, com a orientação de uma equipe de monitores especialmente treinados, o festival deste ano traz nove especialistas para bater papo e fazer uma retrospectiva de seus trabalhos.

O convidado de honra é Arnaldo Galvão, presente no Anima Mundi desde a primeira edição, em 1993. Ele é um dos animadores brasileiros mais premiados da atualidade. Entre seus trabalhos estão animações produzidas para o programa infantil "Castelo Rá-Tim-Bum", da TV Cultura. O Papo Animado com Galvão é no próximo sábado, dia 12.

Janet Periman é animadora do National Film Board of Canadá e já dirigiu curtas-metragens independentes, comerciais e animações educativas.

Judith Gruber-Stitzer é compositora para o cinema de animação há mais de 20 anos e já musicou mais de 60 filmes produzidos pelo National Film Board of Canadá. Em sua palestra, ela vai falar sobre como preparar a trilha sonora de um filme de animação.

Katrin Arndt vem representando a escola alemã Filmakademie e no Papo Animado vai falar das produções feitas pelos alunos nos últimos anos.

Phillipe Moins é diretor do Festival de Desenho Animado e do Filme de Animação de Bruxelas, um dos mais importantes da Europa. É historiador, arqueólogo, cartunista e crítico. Moins vem publicando cartuns na imprensa semanal belga há mais de 20 anos e vai falar sobre o assunto no Papo Animado.

Phil Mulloy usa traço irregular, preto no branco, para ressaltar a crueza e o humor de seu texto. Seus personagens, embora uniformizados no traço, mostram diferentes facetas do irracionalismo humano. Ele e sua mulher, Vera Neubauer, que mistura em seus filmes o cinema live-action com o de animação, terão uma sessão especial no festival.

Koji Yamamura faz filmes que fogem a todas as classificações da animação, mas são tradicionais no Japão, sua terra natal. São filmes pessoais, sem qualquer espécie de padronização. Hoje em dia, finaliza seus filmes em computador, mas procura manter sempre neles uma variedade de processos analógicos. Ele fará uma retrospectiva de suas obras.

Finalmente, Doung Sweetland é um dos mais consagrados animadores de personagem da Pixar, estúdio que levou o Oscar de melhor curta-metragem de animação por For the Birds. No Papo Animado, ele vai apresentar uma sessão retrospectiva da Pixar e ainda um workshop para 35 animadores escolhidos através de um processo seletivo.

O festival vai ser apresentado no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Espaço Cultural dos Correios, no Centro Cultural da Justiça Federal, na Casa França Brasil, na Estação Botafogo, no Cine Odeon BR, no Conjunto Cultural da Caixa e na Praça Animada. Os ingressos variam entre R$ 4 e R$ 2.