Cobrança de inativos volta ao Congresso

Arquivado em:
Publicado Quarta, 15 de Agosto de 2001 às 18:18, por: CdB

O presidente Fernando Henrique Cardoso deu um novo passo na ofensiva com que pretende forçar o Congresso a ratificar a contribuição previdenciária dos aposentados e servidores inativos. Em um recado velado, mas duro, ele reafirmou a necessidade da aprovação de reformas constitucionais e cobrou "coragem" dos parlamentares para romper com o que qualificou como "arcaísmo". "O mal do Brasil é que temos muitos setores que são arcaicos, que estão enrijecidos, que são como veias que estão sofrendo um processo de arteriosclerose, estão paralisadas", disse o presidente. "Temos que romper com esses obstáculos e é preciso ter energia, é preciso uma intervenção com bisturi, é preciso brigar, lutar, mas nós precisamos continuar mudando o Brasil". Embora já tenha sofrido três derrotas nesta matéria, o governo federal decidiu insistir mais uma vez na contribuição previdenciária de aposentados e inativos para garantir o cumprimento das metas fiscais fixadas no novo acordo fechado com o FMI, que liberará US$ 15 bilhões para o Brasil enfrentar as turbulências na economia internacional. Preocupados com o calendário eleitoral, os políticos já avisaram que não aprovarão medida tão impopular, exigindo do governo um desgastante esforço de articulação política. Proposta por meio de uma emenda constitucional, a contribuição dos inativos precisa de ao menos 308 votos para ser aprovada, e sua cobrança significaria a arrecadação de R$ 1,4 bilhão. Enquanto o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), usava o plenário da Casa para defender-se das acusações de corrupção, no outro lado da Esplanada dos Ministérios Fernando Henrique reconhecia as dificuldades que o País vem enfrentando, defendia esforços para garantir a retomada do crescimento e renovava seus ataques aos partidos de oposição.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo