A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano de 2,0% para 1,5% alegando que a longa duração da política de juros altos comprometeu a atividade econômica.
No início do ano, a CNI apostava que o movimento de redução dos juros básicos começaria no começo do segundo trimestre, o que não ocorreu. O Banco Central cortou pela primeira vez em um ano os juros em 0,5 ponto percentual para 26% ao ano em junho.
– A gente acreditava que a redução começaria mais cedo e ela demorou mais um trimestre – disse Flávio Castelo Branco, economista da Confederação.
No ano passado, o PIB cresceu apenas 1,52%.
A CNI estima que a indústria registre um crescimento de 1,0 por cento este ano sobre 2002. Pelos dados da produção industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria acumula de janeiro a maio crescimento de 0,6%.
Castelo Branco acredita que a economia comece a mostrar sinais de melhora apenas no último trimestre do ano, à medida em que o BC promova maiores cortes de juros.
Com os índices de preços mostrando uma consistente desaceleração da inflação – em junho houve deflação até nos preços ao consumidor – analistas estão aumentando suas apostas de que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) poderá reduzir os juros de forma mais agressiva este mês.
Para Castelo Branco, o próximo corte deveria ser de 1,5 a 2,0 pontos percentuais.