Cientista nega envolvimento com o envio de cartas contaminadas com antraz

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Publicado Segunda, 12 de Agosto de 2002 às 08:48, por: CdB

Steven J. hatfill, especialista em armas biológicas, veementemente negou no domingo que esteja envolvido nos ataques com antraz que causaram a morte de 5 pessoas no ano passado, e acusou as autoridades federais de iniciarem uma campanha difamatória para fazer dele o "bode expiatório" do crime. "Não tive nenhuma relação com o envio destas cartas contaminadas", disse Hatfill em seu mais extenso comentário público desde que seu nome surgiu devido às postagens feitas há meses. "É errado alguém afirmar ou sugerir que eu tive. Sou um americano leal e amo o meu país". Hatfill, 48 anos, fazia parte de um grupo de pessoas investigadas pelas autoridades federais devido ao seu histórico em bioquímica. Agentes conduziram uma busca em seu apartamento no dia 25 de junho e retornaram com um mandado para uma nova revista no dia 1o. de agosto. Como única pessoa a sofrer este tipo de investigação de que se tem conhecimento, Hatfill tem sido muito discutido entre cientistas, jornalistas e outros profissionais, que especulam sobre os possíveis suspeitos nos ataques com antraz. O mandado federal para a busca de 1o. de agosto no apartamento de Hatfill em Frederick, Maryland, disseram as autoridades, representa uma escalada acerca da busca voluntária conduzida anteriormente. As autoridades cuidadosamente evitam declarar Hatfill como sendo um suspeito. Hatfill admitiu no domingo que seus conhecimentos sobre defesa em guerra biológica poderia atrair a atenção das autoridades, mas disse que sua especialidade em vírus não abrange pesquisas com antraz, que é uma bactéria. "Eu nunca trabalhei com antraz na minha vida", disse ele aos repórteres na escada do escritório de seu advogado. Autoridades do governo disseram que Hatfill é um dos mais de 20 cientistas que têm sido "de interesse" em sua investigação. Após repórteres terem perseguido Hatfill, ele foi demitido em março de seu emprego na Science Applications International Corp., prestadora de serviços para o Pentágono e para a CIA que ajuda o governo na defesa biológica. Entre 1997 e 1999, ele trabalhou no laboratório de biodefesa do Exército em Fort Detrick, Maryland. No domingo, Hatfill resolveu confrontar seus acusadores. Parecendo tenso mas controlado, vestindo um terno escuro, camisa azul e um alfinete com a bandeira americana em sua lapela, Hatfill leu uma declaração de duas páginas para os repórteres no escaldante calor, mas aceitou perguntas. No dia seguinte à busca de 1o. de agosto, o pagamento de Hatfill em um novo emprego como pesquisador biomédico na Universidade do Estado da Louisiana foi suspenso.

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