China intensifica pressão para evitar qualquer ataque ao Irã
PEQUIM, 6 Abr (Reuters) – Um alto diplomata chinês disse nesta sexta-feira que um ataque ao Irã convidaria uma retaliação devastadora que envolveria a região e prejudicaria a retomada econômica global, e acrescentou que a comunidade internacional tinha que evitar uma guerra.
O Irã está envolvido em uma disputa com o Ocidente sobre seu programa nuclear, que o país diz ser para fins pacíficos.
Israel e os Estados Unidos ameaçaram uma ação militar contra o Irã, a menos que este abandone as atividades que o Ocidente suspeita se destinarem ao desenvolvimento de armas nucleares.
A China, que tem relações estreitas com o país islâmico em energia e trocas comerciais, pediu uma solução negociada para a disputa e se opõe muito ao uso da força ou sanções unilaterais contra o Irã.
Os comentários de Chen Xiaodong, chefe do Ministério de Relações Exteriores para assuntos da Ásia Ocidental e do Norte Africano, foi a advertência mais forte da China para ainda não usar a força para resolver a disputa.
“Se for usada a força contra o Irã, isso certamente causará retaliação, um choque militar ainda maior, piorará a crise na região, ameaçará a segurança do Estreito de Ormuz e outras passagens estratégicas, aumentará os preços globais de petróleo e golpeará a recuperação da economia mundial”, disse ele.
“Podem haver 10 mil razões para ir à guerra, mas você não pode remediar as terríveis consequências de mergulhar as pessoas na miséria e no sofrimento, além do colapso da sociedade e na economia causada pelas chamas da guerra”, disse Chen em um bate-papo na web oferecido pelo Partido Comunista.
Especulações estão crescendo de que Israel poderá lançar alguma forma de ataque contra as instalações nucleares iranianas, o que Israel vê como uma ameaça à sua existência.
Durante uma visita a Pequim no mês passado, o ministro de Relações Exteriores de Israel deu a entender que poderia lançar um ataque preventivo contra o Irã, apesar dos repetidos apelos da China para permitir que a diplomacia siga seu curso.
(Reportagem de Ben Blanchard)
Reuters