China deve criar nove milhões de empregos em 2004

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Publicado Sábado, 03 de Janeiro de 2004 às 12:17, por: CdB

O Governo chinês começa 2004 com o desafio de criar nove milhões de postos de trabalho e melhorar as condições trabalhistas no campo, duas 'bombas-relógio sociais' que podem abalar o forte crescimento econômico do gigante asiático.    

Os números oficiais colocam o desemprego "urbano" em torno de 4,5 por cento, mas não incluem os cem milhões de camponeses que o Governo pretende enviar às emergentes cidades orientais nos próximos anos, nem o fechamento de 4.500 empresas estatais, por isso o número real poderia chegar a cerca de 20 por cento.

- Há um grande número de desempregados e recém-formados -2,8 milhões- não registrados, e nisso não estão incluídos os ex-funcionários públicos, por isso a porcentagem real de desemprego poderia ser três vezes superior à oficial - afirmou o professor Zeng Xiangquan, da Universidade Popular da China.

Como medida para conter o desemprego rural, o Ministério da Agricultura anunciou em dezembro um programa para aumentar a produtividade agrícola e o aumento de 5 por cento dos salários rurais com o objetivo de fortalecer as colheitas a até 4,5 milhões de toneladas de grãos anuais.

O programa inclui a aplicação da tecnologia no setor agrícola e na criação de gado por meio de investimentos em aqüicultura (arte de criar plantas aquáticas) e criação de animais, assim como programas de reeducação para os trabalhadores procedentes das áreas rurais.

Em agosto de 2003, o Governo reconheceu que o grande crescimento econômico de 8,5 por cento anual só permitia criar dez milhões de novos postos de trabalho anuais, insuficientes para absorver os 24 milhões de desempregados "oficiais".

Por outro lado, mais de 28 milhões de trabalhadores do setor público perderam seus empregos desde 1994 após o fechamento de 3.000 empresas estatais, e o Governo anunciou que nos próximos cinco anos fecharão outras 2.500 companhias consideradas em "quebra" que deixarão na rua pelo menos cinco milhões de trabalhadores chineses.

- A taxa de desemprego continuará aumentando à medida que as reformas econômicas são aplicadas às empresas estatais, que estão empregando mais trabalhadores do que o necessário para conter o desemprego - afirmou o professor Cai Fang, da Academia de Ciências Sociais.

Depois de em 2003 o Governo conseguir criar cerca de oito milhões de postos de trabalho e recolocar quatro milhões de desempregados, suas previsões para este ano incluem encontrar um novo trabalho para cinco milhões de pessoas.

O Banco Mundial (Bird) recomendou à China em setembro de 2003 que concentrasse a criação de emprego no setor terciário, o de maior capacidade de criação de postos de trabalho nos últimos anos.

Depois destas diretrizes, o Governo colocará em andamento uma série de reformas econômicas que premiarão os investidores particulares que criarem empresas de serviços sociais e em setores que empreguem um alto índice de mão-de-obra.

- A criação de nove milhões de postos de trabalho e a manutenção da taxa de desemprego abaixo de 4,7 por cento em 2004 são nossas prioridades - declarou Zheng Silin, ministro do Trabalho, após anunciar que fechará as agências de recolocação de sete províncias, incluindo Pequim e Xangai, no final de 2004.

Estas agências foram criadas em 1998 para ajudar cerca de 3,1 milhões de ex-funcionários estatais a encontrar um novo trabalho e tramitar seus precários subsídios, que dificilmente chegam a cobrir suas necessidades básicas.

O salário mínimo em Pequim -uma das cidades mais caras da China- é desde o último dia 1 de 495 iuanes mensais (59,8 dólares), 3,6 dólares a mais que em 2003, e está baseado, segundo o Departamento de Previdência Social, "na média de preços, salários e outras estatísticas".

Segundo as estatísticas, a renda média na China é de 1.100 dólares anuais, um valor que em Pequim gira em torno de 3.000 e em Xangai supera os 5.000 dólares, enquanto nas á

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