Chefe do Doi-Codi na época do Riocentro é morto a tiros

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Publicado Segunda, 05 de Novembro de 2012 às 11:07, por: CdB

 Júlio Miguel Molina Dias foi morto com 15 tiros, em Porto Alegre; classificado como assalto, o crime tem marcas de execução e ocorreu no momento em que a Comissão da Verdade começa a desvendar fatos importantes do período ditatorial; Molina foi o chefe do Doi Codi na época do atentado armado pelos militares no Dia do Trabalhador, no Rio de Janeiro

O coronel reformado do Exército morto na noite de quinta-feira (1º), em Porto Alegre, comandava o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em 1981, ano do Atentado do Riocentro. O órgão de repressão no período da ditadura militar foi apontado como sendo responsável pelo episódio.

Júlio Miguel Molina Dias, de 78 anos, foi morto em uma suposta tentativa de assalto, no bairro Chácara das Pedras. De acordo com o integrante do Movimento Justiça e Direitos Humanos Jair Krischke, o Coronel Molina não teve o nome incluído no Arquivo de Repressores e Torturadores Brasileiros. Krischke lembrou, no entanto, que outro coronel, Dickson Grael, atribuiu ao gaúcho a responsabilidade pelo atentado no Rio de Janeiro.

Grael foi convidado para fazer o Inquérito Policial Militar sobre o ataque frustrado mas, ao prometer investigar a fundo, foi afastado. Anos depois, lançou o livro A Sombra da Impunidade, acusando o Doi-Codi pelo ataque. O coronel gaúcho foi ouvido por um procurador militar que tentou, sem sucesso, reabrir o caso, em 1999.

O crime

Molina foi morto ao chegar em casa em um Citroën C4, na rua Professor Ulisses Cabral. A Polícia Civil abriu inquérito sobre o caso. Krischke garante que a Comissão da Verdade "está apavorando aqueles que atuaram no período" e sugere que o crime pode ser atribuído "a velhos 'companheiros' diante da possibilidade de esse coronel falar qualquer tipo de inconveniência..., embora pode ser também um simples assalto".

O noticiário do gaúcho Zero Hora também aponta para a hipótese de execução:

A morte do coronel do Exército reformado Júlio Miguel Molinas Dias, 78 anos começa a ser investigada pela Polícia Civil. De acordo com o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Jr., são trabalhadas duas hipóteses: homicídio (execução) ou latrocínio (roubo seguido de morte).

Para o delegado Cléber Ferreira, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, chama atenção a quantidade de tiros disparados contra Dias — de 10 a 15 — e os diferentes calibres, que seriam de três tipos de armas. O fato levanta outras suspeitas ao crime de execução, acredita a polícia.

Com informações do portal 247

 

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