Chefe da Assembleia da Venezuela sugere adiamento da posse de Hugo Chávez

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Publicado Quarta, 19 de Dezembro de 2012 às 10:58, por: CdB
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Chefe da Assembleia da Venezuela, Diosdado Cabello, disse que posse de Hugo Chávez poderia ser adiada. Presidente do país
A posse do presidente Hugo Chávez poderia ser adiada, disse o chefe da Assembleia da Venezuela, Diosdado Cabello,  nesta quarta-feira,  Chávez está em Cuba se recuperando de uma cirurgia complexa do câncer, porque a vontade do povo é mais importante do que uma data especificada na Constituição. O militar aposentado de 58 anos está há mais de uma semana no hospital após uma cirurgia e na segunda-feira sofreu uma infecção respiratória que já foi controlada, segundo o governo, acrescentando que ele deve permanecer em repouso absoluto nos próximos dias, o que levanta dúvidas adicionais sobre sua recuperação. Cabello disse que a data de 10 de janeiro, que de acordo com a Constituição é o dia em que Chávez deve assumir um novo mandato de seis anos, não está escrita em pedra. "Você não pode prender a vontade de um povo a uma data. Então, se você não faz naquele dia, se não for no 10 (de janeiro), a vontade de 8 milhões de pessoas não vale?", disse Cabello a jornalistas, que também é líder do partido governista PSUV, segundo o jornal El Nacional nesta quarta-feira. Ele disse que estava expressando sua opinião e que caberia ao Supremo Tribunal de Justiça fazer esclarecimentos. Chávez está há 14 anos à frente do poder na potência petrolífera e, nesse período, conduziu o país a um modelo socialista montado quase que exclusivamente sobre sua enorme popularidade. Em 2011, ele foi diagnosticado com câncer na região pélvica e desde então tem estado dentro e fora da arena pública. Cabello disse que o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) ainda não fez um pedido de adiamento do dia da posse, pois o cenário que se coloca neste momento é que o presidente estará de volta no início do ano. Infecção Chávez surpreendeu os venezuelanos na semana passada quando, antes de ir a Cuba para uma quarta cirurgia, temporariamente entregou as rédeas do governo ao vice-presidente, Nicolas Maduro, e pediu para votarem nele caso sejam convocadas eleições presidenciais. A cirurgia, que durou seis horas e teve outras complicações, não permitiu que o mandatário venezuelano se comunicasse diretamente com o povo como costumava fazer, mesmo após a vitória esmagadora do seu partido nas eleições regionais de domingo. Desde que Chávez anunciou uma nova recorrência do câncer, a pergunta óbvia no país da América do Sul é se o presidente será capaz de tomar posse em três semanas. A Constituição venezuelana, alterada em 2009 para permitir a reeleição contínua do presidente e governadores, diz que, se um candidato eleito não puder assumir, novas eleições devem ser realizadas em um prazo de 30 dias. Mas também determina que "se por qualquer motivo ocorrido, o presidente da República não puder tomar posse perante a Assembleia Nacional, o fará perante o Supremo Tribunal de Justiça", o que de acordo com alguns juristas permitiria que Chávez fizesse o juramento na Embaixada da Venezuela em Havana, na presença de juízes. Um funcionário do governo com conhecimento da saúde de Chávez disse que "o prognóstico do câncer não é bom". "Chávez está passando por uma situação muito degradante do ponto de vista humano. Seria um milagre conseguir jurar em 10 de janeiro", acrescentou o funcionário, que pediu anonimato.  
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