Charlie Hebdo faz piada com vítimas do A321russo

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Publicado Sexta, 06 de Novembro de 2015 às 09:21, por: CdB
Por Redação, com Sputnik Brasil - de Paris: Duas caricaturas dedicadas à queda do avião A321 russo que caiu no Egito foi publicada pelo jornal satírico francês Charlie Hebdo. Na Rússia, os desenhos foram considerados como um insulto à memória das vítimas do acidente aéreo que custou a vida a 224 pessoas. As caricaturas apareceram na edição da quinta-feira. Uma delas mostra um terrorista do Estado Islâmico (EI) e os destroços do avião caindo sobre e em torno dele. A legenda diz: "Estado Islâmico: Aviação Russa intensifica sua campanha de bombardeio".
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Os desenhos já foram chamados de blasfêmia e insulto à memória das vítimas da tragédia horrível
No segundo desenho, um crânio em óculos escuros meio quebrados, deitado no chão em meio de partes de corpos e destroços do avião, fala sobre os perigos de voar com a companhia aérea russa. A legenda diz: "Os perigos de voar de baixo custo. Eu deveria ter tomado Air Cocaine". A caricatura aparentemente se refere ao que é conhecido na França como o caso de "Air Cocaine", um incidente com dois franceses acusados de voar com cerca de 680 quilos de cocaína da República Dominicana para a França. Os desenhos já foram chamados de blasfêmia e insulto à memória das vítimas da tragédia horrível. – Eu acho que é uma blasfêmia e um escárnio das memórias das vítimas da tragédia. Nenhum meio de comunicação deve ser autorizado a fazer isso, não importa em que gênero se especializam – disse Igor Morozov, membro da Comissão parlamentar para Relações Exteriores russa. – Eu acho que os próprios jornalistas provocam a violência – acrescentou o político. O Charlie Hebdo é conhecido por suas publicações controversas. Em 7 de janeiro, o escritório da edição em Paris foi atacado por islamistas radicais armados que mataram 12 pessoas e feriram 11 por terem publicado umas caricaturas que apresentavam uma imagem cômica do profeta Maomé. A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia Maria Zakharova também comentou as charges na sua página no Facebook com uma pergunta: "Alguém mais ainda é Charlie?" O comentário refere-se ao slogan e hashtag #JeSuisCharlie (Eu sou Charlie) que apareceu espontaneamente após o ataque em janeiro em apoio aos mortos jornalistas da revista. Mais cedo, em setembro Maria Zakharova comentou outra charge de Charlie Hebdo sobre a morte de uma criança sírio. – Você sabe por que eu não sou JeSuisCharlie? – ela escreveu: – Porque, na minha opinião, eles enganam todos nós e si mesmos, afirmando que não existem temas proibidos para o seu humor. Se fosse realmente assim, então poderíamos entender a caricatura com uma criança síria morta (não aceitar, mas apenas entender). Mas apenas sob a única condição: se no dia seguinte eles teriam publicado uma caricatura dos seus colegas mortos. O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, afirmou, em coletiva também desta sexta, que Moscou considera "inaceitável" e "blasfêmia" o fato da publicação dos desenhos.
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Edição digital

 

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