Cesáreas caem em hospitais que integram projeto sobre parto adequado

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Publicado Sexta, 12 de Agosto de 2016 às 10:44, por: CdB

O Projeto Parto Adequado teve início em abril de 2015 e visa a aumentar o número de partos normais.  A participação no projeto é voluntária. Atualmente, 34 hospitais integram a iniciativa

Por Redação, com ABr - de Brasília:   Balanço divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra que, em maio, 37,5% dos partos feitos nos hospitais participantes do Projeto Parto Adequado foram normais. O percentual é superior ao registrado em fevereiro, que chegou a 31%. Foram avaliados os hospitais que fazem parte do projeto. Em três meses, houve aumento de 6,5 pontos percentuais no parto normal e redução de 17,7 pontos em relação às cesarianas, na comparação ao índice de cesáreas antes do projeto (média de 80,2%).
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As cesáreas ainda representam 62,5% dos partos em maio
As cesáreas ainda representam 62,5% dos partos em maio. Conforme o balanço, a taxa de internação em UTI neonatal tem diminuído. Do total, 12 hospitais reduziram as internações. Para cada mil nascidos vivos, as internações caíram de 63 para 48 entre abril de 2014 e maio de 2016. O Projeto Parto Adequado teve início em abril de 2015 e visa a aumentar o número de partos normais.  A participação no projeto é voluntária. Atualmente, 34 hospitais integram a iniciativa.

Orientações sobre parto cesariana

O Ministério da Saúde divulgou em maio um protocolo com diretrizes para reduzir o número de cesarianas sem necessidade no país. O documento lista as situações nas quais o parto cesárea é indicado em detrimento do parto normal. A pasta considera que o país vive uma epidemia de cesarianas e que o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas para Cesariana pode reduzir as taxas destas cirurgias. Em todo o país, 55% das crianças nascem por parto cirúrgico. Quando são levados em conta apenas os números da saúde privada, o percentual de cesarianas sobe para 84%. A taxa adequada de cesáreas seria até 30% do total de partos, segundo o ministério, com base em parâmetros da Organização Mundial da Saúde. O documento foi elaborado após meses de discussão e de consulta pública e estabelece um modelo de regulação do acesso assistencial, autorização, registro, indicação e ressarcimento dos procedimentos realizados. O protocolo traz parâmetros a serem seguidos a partir de agora pelas secretarias de Saúde dos Estados, municípios e do Distrito Federal. O objetivo é orientar os profissionais de saúde a diminuir o número de cesarianas desnecessárias. Isso porque o procedimento, quando não indicado corretamente, traz riscos como aumento da probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e de morte materna e infantil. A nova diretriz destaca, por exemplo, que a cesariana não é recomendada como forma de prevenção da transmissão de mãe para filho dos vírus da hepatite B e C; mas sim para prevenir a transmissão de HIV. Outros pontos do documento avalizam a recomendação de cesariana para a mulher que tenha apresentado infecção primária do vírus herpes simples durante o terceiro trimestre da gestação e para as que tiveram três ou mais cesarianas anteriores. Na lista de recomendações do protocolo também está o aconselhamento para gestantes que já fizeram cesariana, que considere as preferências e prioridades da mulher e os riscos e benefícios de uma nova cirurgia e de um parto vaginal, incluindo o risco de uma operação cesariana não planejada.
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