Celso Amorim desagrada direita e mídia

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Publicado Quinta, 04 de Agosto de 2011 às 20:32, por: CdB

Por Altamiro BorgesNelson Jobim finalmente caiu. Ótima notícia! Ele já vai tarde. O novo ministro da Defesa será o embaixador Celso Amorim. Notícia melhor ainda. Como chanceler de Lula nos seus oito anos de mandato, Amorim conseguiu reerguer a política externa brasileira, tornando-a mais ativa e altiva. Agora, retorna ao governo, que pode ganhar assim uma nova fisionomia – mais à esquerda.A queda de Jobim, um tucano infiltrado no governo Dilma, e a nomeação de Amorim desagradaram a direita nativa. De imediato, o líder dos demos, ACM Neto, deu entrevista à Globo News criticando a surpreendente mudança no Ministério – o único jornalista que antecipou este desfecho foi Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada (veja a matéria).O ódio dos colonizadosACM Neto rasgou elogios ao defenestrado e atacou Amorim “por sua postura ideológica”, por seu nacionalismo. De fato, a direita nunca gostou de Amorim. Não gostou da forma como ele conduziu as negociações que implodiram a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o tratado neocolonial orquestrado pelos EUA. Não gostou do rompimento do acordo de cessão da base militar de Alcântara (MA) aos milicos ianques. Não gostou das suas críticas à invasão e genocídio no Iraque ou às torturas em Guantánamo.A direita brasileira sempre preferiu capachos do império – como Celso Lafer, o ex-chanceler de FHC que tirou os sapatinhos nos aeroportos dos EUA. Oriunda do regime militar, ela preferia contar com Nelson Jobim no Ministério da Defesa para evitar a criação da Comissão da Verdade ou a apuração dos crimes da ditadura. Hoje, a direita dorme mais incomodada!Ataques e intrigas da mídiaA mídia colonizada também não dormirá tranqüila. Ela sempre satanizou Celso Amorim, reproduzindo as opiniões do império como uma sucursal rastaqüera. Quando do golpe em Honduras, patrocinado pelos EUA, ela condenou o ex-chanceler por ceder a embaixada daquele país ao presidente deposto, Manuel Zelaya. Ele sempre criticou as posições “nacionalistas” do embaixador.Este, por sua vez, nunca se intimidou diante dos ataques e intrigas da mídia. Numa recente entrevista à BBC de Londres, Amorim voltou a criticar o “complexo de vira lata” da imprensa nativa. Segundo ele, a mídia sempre atacou o governo Lula porque ela “nunca aceitou nossas atitudes independentes”. A mídia quer “um Brasil pequenininho”Ele lembrou que, logo no início do governo Lula, “quando fomos à Síria a primeira vez, fui perguntado: ‘Mas vocês perguntaram a Washington se podia?’. É achar que o Brasil tem que ser pequeno, caudatário... Eles querem o Brasil pequenininho. No máximo cuidando um pouco aqui na região, sempre com uma postura agressiva em relação aos fracos e submissa em relação aos fortes”.Sua postura é totalmente diferente do tucano Jobim – que Paulo Henrique Amorim sempre tratou de Johnbim, lembrando o seu servilismo diante do império e dos poderosos nativos.

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