Candidatos à sucessão no Rio abrem corrida eleitoral com troca de chumbo

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Publicado Sexta, 05 de Março de 2010 às 09:56, por: CdB

A campanha eleitoral ainda não começou, oficialmente, e os prováveis candidatos à sucessão do governo estadual já apresentam suas armas. Em sua página na internet, o jornalista Fernando Gabeira, virtual candidato do Partido Verde ao posto hoje ocupado pelo também jornalista, atual governador e pré-candidato à reeleição, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), reproduz matéria veiculada em um diário carioca sobre uma ação sofrida pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR-RJ), provável concorrente ao Palácio Guanabara.

Segundo Gabeira, "a juíza Mirella Letízia Guimarães Vizzini, da 3ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio, deferiu liminar determinando o bloqueio dos bens de 88 acusados de desvio de verba, entre eles o casal Rosinha e Anthony Garotinho, denunciados por improbidade administrativa pelo Ministério Público estadual. Estão bloqueados também os valores pertencentes aos acusados depositados em instituições financeiras".

A Justiça também determinou, no início desta semana, a quebra de sigilo bancário de oito réus: Metodata Tecnologia, Moonlight Informática, Magister Sistema e Projetos, Editora Gráfica Imperial, PSC consultoria, Toys e Games, Ariovaldo da Hora Filho, Walter de Oliveira Gatto. Diferentemente do publicado anteriormente, não foi determinada a quebra do sigilo bancário do casal Garotinho.

Resposta

Garotinho revida as acusações com duas representações contra promotores da 6ª Promotoria de Tutela Coletiva da Capital e a afirmação de que tudo "não passa de uma grande armação". Ele compara o processo a outro "caso parecido de perseguição, com motivação eleitoreira", estabelecido com intuito de lhe prejudicar eleitoralmente.

Segundo o ex-governador, a ação anunciada contra ele e a mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, atual prefeita do município de Campos dos Goytacazes, "não é nova. Outras duas iguais já foram encaminhadas à Justiça, que decidiu pela extinção, tendo em vista que não se sustentavam".

O líder do PR também acusa promotores do Ministério Público de manter "um conluiu... com as Organizações Globo":

"No dia 27 de janeiro de 2010, com exclusividade o jornal O Globo e a TV Globo veicularam matéria sobre a aceitação pela governadora Rosinha Garotinho, de um terreno para o pagamento de dívidas de ICMS, que segundo eles, estaria super-avaliado. Afirmaram que Rosinha foi denunciada por esse fato", relata. Ele acrescenta, porém, que até esta quinta-feira, "a dita petição do Ministério Público não havia sequer sido distribuído à vara competente para analisar o fato. Ou seja, foi apenas um show jornalístico e televisivo sem nenhuma ação concreta".

Quanto ao bloqueio dos bens do casal Garotinho, o ex-governador questiona a validade da decisão judicial: "A decisão, segundo ela (a juíza Vizzini) se baseia em risco iminente de dilapidação patrimonial. Mas como se cogitar o risco de dilapidação, se o próprio Ministério Público afirma que o referido inquérito tramitou durante dois anos até a propositura da ação?".

"Quero deixar claro, que ao contrário do que alguns órgãos de imprensa noticiaram não foi quebrado o sigilo bancário, nem meu, nem de Rosinha. Mas mesmo que isso tivesse acontecido, para nós não haveria qualquer problema", afirmou em sua página na internet. Garotinho, em seguida, apresentou um documento no qual autoriza a quebra de seu sigilo bancário e fiscal, assim como de Rosinha, "a qualquer momento" e continua: "Quem não deve não teme".

Escândalo eleitoral

Garotinho considerou "muito estranho, que justamente na semana em que o governador Sérgio Cabral recebe pesquisa mostrando que após a entrada de Gabeira na disputa eleitoral há um empate técnico entre eu e ele, tenha sido proposta uma ação, que por duas vezes já foi extinta pela Justiça com os mesmos argumentos".

"É estranho também, que no período em que o governador Sérgio Cabral faz manobras para impedir minha possível candidatura ao governo do Estado, chegando ao ponto de chantagear a ministra Dilma Rousseff, os promotores entrem com uma representação, sem ao menos, me convocar para me manifestar sobre qualquer um dos fatos referidos no inquérito civil. Nunca fui convidado a prestar qualquer esclarecimento sobre esses fatos".

Ele também considera "estranhíssimo que os promotores resolvam propor uma ação que tem caráter político e não jurídico, justamente no momento em que circulam rumores de que uma grave crise moral envolvendo o governador Sérgio Cabral, o vice-governador Pezão, o secretário de Saúde e deputados está para ser deflagrada a qualquer momento, como vem sendo noticiado e circula por todo o meio político, com comentários de que as imagens do escândalo do Rio são sessão da tarde perto do que aconteceu em Brasília, com o governador Arruda".

O provável candidato do Partido da República refere-se à nota do colunista Cláudio Humberto, publicada no início deste mês, que revela a investigação de "um escândalo semelhante ao do Distrito Federal, deixou o Palácio Guanabara em polvorosa".

"Não tenham dúvidas, de que como diz Cláudio Humberto, trata-se de um escândalo de vários megatons. E pelo que já me informaram, vai atingir em cheio 'cabeças coroadas' da política do Rio de Janeiro. É só uma questão de tempo, para serem concluídas as investigações, que a bomba vai explodir. Aguardem", concluiu Garotinho.

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