Os aviões de guerra norte-coreanos que interceptaram um avião espião americano desarmado sobre o Mar do Japão no último fim de semana estavam tentando forçar o avião a pousar na Coréia do Norte e seqüestrar sua tripulação, disse um oficial da defesa na sexta-feira.
Um dos quatro MiGs norte-coreanos chegou a 15 metros do RC-135S Cobra Ball da Força Aérea, e o piloto fez sinais internacionalmente conhecidos à tripulação americana para segui-lo, supostamente de volta à sua base de origem, disse o oficial.
Os membros da tripulação americana ignoraram os gestos, abortaram a missão de vigilância no espaço aéreo internacional a cerca de 240 quilômetros da costa norte-coreana, e voltaram em segurança à sua base no Japão.
O oficial não explicou por que os aviões de guerra norte-coreanos não tomaram outras medidas uma vez que o avião americano abortou sua missão e voltou à sua base.
Os novos detalhes do incidente surgiram durante um dia em que a Coréia do Norte declarou uma zona de exclusão marítima de três dias no Mar do Japão, sugerindo sua intenção de testar um míssil. Oficiais do Pentágono disseram que era a mesma área na qual a Coréia do Norte testou um míssil em 25 de fevereiro.
Os detalhes sobre a interceptação, que foram conhecidos depois que militares entrevistaram a tripulação, sugerem que os mais de 15 americanos a bordo enfrentavam um perigo maior do que se sabia. Ignorar uma ordem do piloto do avião de guerra para aterrissar, mesmo em espaço aéreo internacional, poderia ter levado à derrubada do avião, disseram militares na sexta-feira.
“Claramente, parece que sua intenção era desviar o avião da Coréia do Norte e levá-lo como refém”, disse o oficial.
A revelação do que pareceu ser um plano para forças o pouso do avião veio durante uma grande entrevista sobre a crise nuclear norte-coreana com o oficial do Departamento de Defesa.
Apesar das crescentes tensões sobre o empenho da Coréia do Norte para construir um arsenal nuclear, não houve um confronto aéreo sério entre os dois países desde que a Coréia do Norte derrubou um avião de reconhecimento americano desarmado EC-121 em 1969, matando 31 americanos.