Bush e Blair discordam quanto a segunda resolução da ONU

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Publicado Sábado, 01 de Fevereiro de 2003 às 14:14, por: CdB

O primeiro-ministro Tony Blair estava ao lado do presidente Bush, na sexta-feira, ao alertar Saddam Hussein que o tempo está se esgotando para o Iraque evitar a guerra, mas Bush e Blair pareceram divididos sobre quão dura deve ser a pressão sobre o Conselho de Segurança da ONU para uma nova resolução apoiando ação militar. Um dia depois de Bush dizer que tomaria uma decisão sobre a invasão no Iraque em "semanas, não meses", oficiais da Turquia deram sinais de que permitiriam que os EUA usassem seu país como base a partir da qual sairia o ataque ao Iraque pelo Norte, abrindo um segundo front em potencial para a guerra. Desprezando pedidos de outras nações para que usasse as inspeções de armas da ONU, penalidades e outras pressões internacionais pra conter a agressão do Iraque sem ter de apelar para a guerra, Bush rejeitou asperamente a idéia de que Saddam poderia ser considerado inofensivo para o mundo se continuasse no poder. Depois de se encontrar com Blair na Casa Branca, o presidente reiterou sua posição sobre uma segunda resolução do Conselho de Segurança. Ele disse que, apesar de uma resolução ser desejável, a falta de uma não evitaria que os EUA liderassem uma coalizão militar contra o Iraque. Ao fazer isso, ele trouxe à tona uma clara e potencialmente importante diferença com Blair, seu aliado mais sólido, sobre adotar a linha dura contra Saddam, e as tensões cada vez mais intensas entre os EUA e muitos, se não a maioria, dos outros membros do Conselho de Segurança. Oficiais americanos disseram que a resolução adotada unanimemente pelo Conselho de Segurança em Novembro, número 1441, não apenas exige que o Iraque coopere imediatamente e se desarme, mas também sanciona o uso de força contra o governo de Saddam ao dizer que o Iraque "enfrentará sérias conseqüências" se não desistir de suas armas de destruição em massa. "Se as Nações Unidas aprovarem uma segunda resolução, ela será bem-vinda como mais um sinal de que temos a intenção de desarmar Saddam Hussein", disse Bush em uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro. "Mas a 1441 nos dá autoridade para tomar atitudes sem uma segunda resolução, e Saddam Hussein precisa entender que, se ele não se desarmar, em nome da paz, nós, junto com outros, desarmaremos Saddam Hussein". Blair, porém, deu sinais de que a Inglaterra inda preferiria buscar um apoio explícito do Conselho de Segurança para qualquer ação militar. Ele disse que levar a questão à ONU novamente seria "um teste para a comunidade internacional" a fim de reforçar as exigências da resolução original. Dado o fato de que o Iraque não se desarmou, Blair disse: "o que é importante é que a comunidade internacional se uma novamente e deixe absolutamente claro que isso é inaceitável".

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