O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, criticou os países europeus por se recusarem a aceitar a importação de alimentos transgênicos dos Estados Unidos.
Ele disse que essa atitude – que os Estados Unidos estão questionando na Organização Mundial do Comércio (OMC) – prejudica os esforços americanos para combater a fome e a pobreza nos países em desenvolvimento.
Bush, que viajará para a Europa para um encontro do G-8 (grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo, mais a Rússia), também pediu o fim imediato dos subsídios dos países ricos à produção e às exportações de produtos agrícolas para países em desenvolvimento.
O presidente americano, que fez as críticas durante uma cerimônia para a Guarda Costeira, criticou o que chamou de políticas de ajuda errôneas do passado, por garantir empréstimos sem condicioná-los a reformas políticas ou de mercado.
Governantes corruptos
O resultado, segundo ele, muitas vezes foi o enriquecimento de governantes corruptos ao invés de melhorar as condições dos pobres.
Há algumas semanas, a União Européia rejeitou as acusações feitas pelos Estados Unidos de que continua a barrar as importações de alimetnos transgênicos.
O representante comercial da União Européia, Pascal Lamy, disse à BBC que não havia proibição à importação de transgênicos.
Segundo ele, o que ocorre é que a região tem procedimentos severos antes de conceder a autorização para este tipo de importação.
Lobby
Lamy disse que a posição dos Estados Unidos foi influenciada por lobby do poderoso setor do agronegócios, que teme que as leis européias possam estabelecer um precedente para outros países.
O representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Zoellick, disse que os Estados Unidos “perderam a paciência” depois de anos de demora européia para tratar do assunto.
A Europa, no entanto, dificilmente deverá acabar com as restrições aos produtos transgênicos, já que a maioria dos consumidores apóia a proibição.