O Brasil é o segundo país no mundo que mais sofre ataques pela internet, de acordo com um relatório global sobre comércio eletrônico, divulgado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), em Genebra.
Depois dos Estados Unidos, o Brasil é o país que mais sofre ataques digitais. Em 2002, foram 7.294, comparados a 32.434 nos Estados Unidos.
Além disso, os sites do governo brasileiro estão entre os mais atacados no mundo, em terceiro lugar, após China e Estados Unidos.
Para a Unctad, esses ataques têm motivações políticas, mas são poucas as conseqüências econômicas.
Perda de produtividade
Mais grave mesmo, de acordo com o relatório, são as propagandas indesejadas na web. Estima-se que 50% de todos os e-mails que circulam na internet sejam indesejáveis.
O custo, em termos de danificação de recursos informáticos ou perda de produtividade, pode chegar a US$ 20,5 bilhões.
Globalmente, 95% do comércio eletrônico ocorre nos países ricos, com América Latina e África combinados representando menos de 1% do total.
O Brasil é um dos países em desenvolvimento onde o comércio pela internet cresce de forma acelerada.
No primeiro trimestre deste ano, o comércio digital entre empresas (B2B) alcançou aproximadamente US$ 11,6 bilhões no país.
Segundo o relatório, o Brasil é responsável por 50% a 60% do volume de comércio virtual da América Latina.
As 30 maiores empresas representam 90% do comércio virtual brasileiro, com destaque para os setores bancário e automobilístico.
A venda de carros pela internet representa 60% do faturamento com vendas digitais no Brasil.
Usuários
Os dados da Unctad mostram também que o Brasil vem logo depois da China e da Índia como país com maior número de usuários de internet nos países em desenvolvimento.
O numero de usuários no Brasil cresceu à taxa de 78% entre 2001 e 2002.
A taxa de penetração (usuários relativos à população) é acima da média latino-americana de 6,6%.
O Brasil é o primeiro país em desenvolvimento em termos de hospedagem de sites de internet: de um total de 158 milhões de hosts, o Brasil tem 2,25 milhões, dez vezes mais que a África, o dobro do México e mais que a China e Índia.