Brasil pode negociar retaliação contra EUA

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Publicado Sexta, 12 de Fevereiro de 2010 às 10:34, por: CdB

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira que o Brasil ainda está "aberto a negociações" que evitem uma retaliação comercial contra os Estados Unidos devido aos subsídios pagos aos produtores de algodão americanos, mas que o governo brasileiro "não pode se curvar".

– Não preferimos a via do contencioso, mas não podemos nos curvar simplesmente porque um país é mais forte –, disse o chanceler em uma coletiva em Brasília nesta quinta-feira.

Amorim referia-se ao fato de a Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Brasil ter aprovado, na última terça-feira, uma lista prévia com 222 produtos americanos, no valor de US$ 2,7 bilhões, que poderão ter aumento do Imposto de Importação ao entrar no Brasil.

O possível aumento nos impostos seria uma retaliação comercial – autorizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) – contra os subsídios pagos pelos Estados Unidos aos produtores e exportadores de algodão do país.

– A lei internacional se aplica aos pequenos países e aos grandes países. Essa é a vantagem do sistema multilateral –, disse o ministro.

Uma lista definitiva com os produtos a serem sobretaxados pelo Brasil deve ser divulgada pela Camex no próximo dia 1º de março.

Até lá, Amorim disse ainda ter esperanças de que "surja" uma proposta do lado americano que "convença" o governo brasileiro de que uma retaliação não é necessária.

– Agora, essa proposta tem que ser aceita pelo próprio setor que moveu a ação. Não adianta vir com uma compensação em outro setor –, disse o ministro.

O chanceler também afirmou que a possibilidade de uma eventual contrarretaliação dos Estados Unidos “não faz sentido”, já que as penalidades comerciais devem ser aprovadas no âmbito da OMC.

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