A manutenção do fornecimento de trigo argentino ao mercado brasileiro é um dos assuntos tratados nesta sexta-feira no encontro de avaliação do comércio bilateral que está sendo realizado no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A informação é do secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, que chefia a delegação brasileira no encontro. Os argentinos são representados pelo subsecretário de Política e Gestão Comercial do Ministério da Produção, Eduardo Bianchi.
De acordo com Barral, a relação com a Argentina, no momento, é muito positiva.
– Houve um crescimento substancial de mais ou menos 50% na importação e na exportação nos primeiros dois meses de 2010. Isso recupera aqueles níveis que havíamos perdido principalmente no ano passado. Nosso desafio é voltar a 2008, um ano muito positivo para o comércio bilateral.
Barral disse que os governos brasileiro e argentino fizeram estudos sobre alguns produtos da pauta bilateral, como móveis e produtos químicos e têxteis. A conclusão, segundo o secretário de Comércio Exterior, é que foram encontrados “desvios em relação a terceiros mercados, ou seja, outros mercados estão fornecendo à região mais do que o parceiro comercial”.
– O que estamos fazendo é levantar quais as razões pelas quais isso está ocorrendo. Numa parte é em razão de logística, mas também há questões relacionadas à burocracia. Então, é necessário simplificar.
No caso dos móveis, no período de 2008 e 2009, a participação argentina no mercado brasileiro caiu de 7% para 1%, enquanto a participação da China subiu de 25% para 40% nas importações brasileiras.
– Queremos ser mais ofensivos no mercado chinês, que é um mercado importante. Queremos oferecer desde produtos agrícolas mais elaborados, principalmente alimentos, até alguns maquinários de uso específico, além de calçados –, disse o secretário de Comércio Exterior.
– A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos [Apex-Brasil] e sua congênere, a Proargentina, vão criar a estratégia de entrada no mercado chinês, incluindo o envio de missões comerciais conjuntas para redução de custos –, acrescentou.