Independente de Barranquilla viver esses dias um clima de Copa do Mundo, a seleção brasileira já se sente nela. Credenciados pela conquista do pentacampeonato e pela ascensão de outra talentosa geração, o Brasil larga nas eliminatórias tão certo do sucesso num Mundial que ocorre apenas daqui a três anos que parece se preocupar mais em apagar de vez a lembrança do traumático classificatório para 2002 do que propriamente em garantir a vaga.
Neste domingo, a partir das 18h10 (horário de Brasília), os brasileiros se tornarão no dia da independência do país os primeiros a disputarem as eliminatórias como campeões do mundo. Pela frente, uma Colômbia que, após não ir à Ásia em 2002, tem na volta do técnico Francisco Maturana e na defesa de nível internacional seu principal trunfo para ir à Alemanha em 2006.
O técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador Mário Jorge Lobo Zagallo, que não viveram as agruras das últimas eliminatórias, salientam as dificuldades de sempre, mas não têm dúvidas quanto à classificação. "O Brasil está na Copa", disse o treinador, que ao mesmo tempo considera os classificatórios para 1994 e 2002 "mais difíceis que a própria Copa". Já o Velho Lobo vê o "Brasil no final, sem problemas".
Alguns dos jogadores mais criticados da fase pré-penta são mais contidos nas demonstrações de confiança, mas não escondem o quanto a lembrança da ameaça de ficar fora de um Mundial os incomoda. "Quero a vaga garantida antes dos quatro últimos jogos", revelou o capitão e lateral Cafu. "Joguei duas eliminatórias (1993 e 2000-01), e nas duas nos classificamos só na última rodada. Isso tem que mudar", completou.
"Veja o que foi a última (eliminatória). A seleção não precisa sofrer aquilo de novo. Não podemos deixar (a vaga) sempre para depois", comentou Rivaldo. "A vida continua após o penta. Temos três anos pela frente e precisamos de resultados, senão a pressão volta", enfatizou o meia-atacante do Milan.
Para garantir a vaga na Copa do Mundo de 2002, o Brasil sofreu uma das situações mais constrangedoras de sua história. Após estrear num empate sem gols contra o mesmo rival deste domingo, o time, então comandado por Wanderley Luxemburgo, venceu Equador e Peru, mas ao longo do biênio sofreu seis derrotas, teve mais três treinadores (Candinho, Leão e Luiz Felipe Scolari) até vencer a Venezuela na última rodada e garantir a vaga.
À época, uma das principais justificativas dos dezenas de convocados sobre os maus resultados na competição era a falta de tempo de preparação para os jogos. Agora, o problema continua, mas com um atenuante.
Ao contrário das duas últimas eliminatórias sul-americanas - as primeiras disputadas em turno e returno com pontos corridos - a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) instituiu a rodada dupla na atual disputa. Assim, o Brasil permanece concentrado para voltar a campo já próxima quarta-feira, em Manaus, quando enfrenta o Equador.
"Mas isso não afeta tanto, porque todas as equipes terão pouco tempo de preparação", afirmou Ronaldo, após a ascensão meteórica, consagração, desilusão com as contusões e a volta por cima no Mundial da Ásia, enfim estréia na competição que mais assustou o futebol brasileiro nos últimos anos.
COLÔMBIA x BRASIL
Data: 07/09/2003 (domingo)
Local: estádio Metropolitano Roberto Melendez, em Barranquilla
Horário: 18h10 (horário de Brasília)
Árbitro: Horacio Elizondo (Argentino)
Auxiliares: Claudio Rossi e Jorge Rattalino (Argentinas)
Transmissão: Globo e UOL
Colômbia
Córdoba; Martinez, Iván Córdoba, Yepes e Bedoya; Restrepo, Cabellero, Patiño e Hernandez; Aristizábal e Angel
Técnico: Francisco Maturana
Brasil
Dida; Cafu, Lúcio, Roque Júnior e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Emerson, Zé Roberto e Alex; Rivaldo e Ronaldo
Técnico: Carlos Alberto Parreira
Rio de Janeiro, Segunda, 18 de Março de 2024
Brasil começa a luta pelo hexa
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Publicado Domingo, 07 de Setembro de 2003 às 10:13, por: CdB
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