Bonde acidentado estava em péssimo estado de conservação

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Publicado Domingo, 28 de Agosto de 2011 às 11:54, por: CdB
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Bastou uma primeira inspeção dos peritos, neste domingo, no bonde que descarrilou na véspera e matou cinco pessoas, ferindo outras 55 na Rua Joaquim Murtinho, em Santa Teresa, Centro do Rio, para encontrar uma série de defeitos no no equipamento. Peças desgastadas e até um "gatilho", feito com arame em local onde deveria haver um parafuso estão na possível causa da tragédia. A superlotação do bonde, que deveria transportar no máximo 38 pessoas, e não 60, como ocorreu, também é apontada como origem do acidente. A comissão de acidentes dos Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) acompanhou o trabalho dos peritos e também realizou vistoria no veículo, junto com representantes da Agetransp. Esta primeira análise do material seria seguida de uma mais completa, assim que os guindastes conseguissem destombar a composição. Secretário estadual de Transporte, Júlio Lopes disse aos jornalistas que os bondes voltarão a circular somente após o encerramento da perícia. A Rua Joaquim Murtinho, na altura da Rua Francisco Muratori foi interditada neste domingo, para a realização dos trabalhos e o trânsito de veículos no local foi desviado para a Rua Francisco Muratori para quem segue em direção a Rua Sílvio Romero, e para a Rua Almirante Alexandrino para quem segue para a Rua Dias de Barros. Agentes da CET-Rio estão no local, para organizar o fluxo. Uma tragédia Cinco pessoas morreram e 55 ficaram feridas na tarde de sábado no acidente com o bondinho que descarrilou em Santa Teresa, no trajeto Largo da Carioca-Dois Irmãos. A tragédia ocorreu próximo ao número 250 da Rua Joaquim Murtinho. Moradores fizeram mutirão para socorrer vítimas e dois ônibus serviram de ambulância para levar feridos ao hospital. Entre os mortos, há uma menina de 12 anos. Dez pessoas estão internadas em estado gravenos hospitais Souza Aguiar, Miguel Couto, do Andaraí e em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O bondinho, que há 115 anos trafega pelas ruas sinuosas do bairro, teria perdido o freio, descido a ladeira e colidido com um poste, tombando. O resgate contou com a participação de 60 bombeiros dos quartéis de Santa Teresa, São Cristóvão e Central. – Acidentes passaram a ser comuns de 2008 para cá – essa foi a afirmação feita por um condutor de bondes aos jornalistas. Ele preferiu não se identificar. Há cerca de seis anos na função, o profissional garantiu que o principal motivo de tantas ocorrências é a falta de manutenção nos carros que percorrem Santa Teresa. Presidenta da Associação de Moradores de Santa Teresa, Elzbieta Mitkiewicz endossou a denúncia do condutor quanto à conservação dos bondes que cumprem a pesada rotina de uma viagem por hora. – Em fevereiro enviei email para a Companhia Ferro-Carril de Santa Teresa (administradora do serviço), cobrando um plano de recuperação de todoo sistema, com metas e prazos. Dois meses depois houve uma reunião, mas, de lá para cá não tive resposta".
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