BC pode determinar nova redução da Selic, diz economista

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Publicado Quinta, 04 de Dezembro de 2003 às 06:31, por: CdB

A queda da inflação, que deve fechar em 8% este ano de acordo com os últimos dados, cumprindo assim a meta fixada pelo governo, não deve ser ignorada pelo Banco Central na próxima reunião do Copom, que pode muito bem determinar uma nova redução na taxa básica de juros (a Selic). Essa é a opinião do economista Luiz Gonzaga Belluzo, manifestada no programa "Conta Corrente", da Globo News.

Para ele, uma redução nos juros não apenas favorecerá o investimento, como facilitará o acesso ao consumo por parte de milhões de brasileiros.

-Eu espero que o Banco Central, aproveitando o momento favorável que a economia brasileira está vivendo, do ponto de vista das expectativas dos mercados, possa fazer uma redução mais forte, até para reduzir um pouco a entrada de capitais de curto prazo e para evitar que a taxa de câmbio se valorize muito.- disse. 

Queda nas aplicações

O professor da Unicamp concordou com a avaliação da Merril Lynch de que os países emergentes, inclusive o Brasil, poderão sofrer uma redução de aplicações externas em seus papéis soberanos e até mesmo em suas bolsas.

Segundo disse, os preços (dos títulos e das ações) subiram muito rapidamente nestes países, devido inclusive ao excesso de liquidez internacional, sendo natural agora que haja um refluxo

. Segundo o professssor da Unicamp, o importante é que a economia real cresça, e não o preço desses ativos financeiros, o que favorecerá a geração de empregos.

Taxa de câmbio

Na opinião de Belluzo, o real na faixa de 2,94 por dólar, ainda está sobrevalorizado. Para ele, o ideal seria situar-se entre 3,35 e 3,40 reais. Explicou que alguns países se utilizam de taxas de câmbio subvalorizadas para competir no setor de exportações.

Eu não quero que se desvalorize o real subitamente para aumentar as exportações de commodities. Mas, do ponto de vista dos manufaturados, e até dos investimentos diretos, uma taxa de câmbio percebida como inadequada pode afastar esses investimentos, que são importantes para a retomada do crescimento da economia brasileira."

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