BC está preparado para intervir no câmbio se necessário, diz Tombini

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Publicado Sexta, 23 de Setembro de 2011 às 10:22, por: CdB

BC vai 'assegurar tranquilidade no mercado de câmbio', disse Tombini

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse nesta sexta-feira que a instituição está atenta à evolução do mercado de câmbio e tem os instrumentos para garantir que ele funcione de forma adequada.

"Toda a vez que nós sentirmos a necessidade de entrar no mercado, o BC estará lá para assegurar a tranquilidade no funcionamento do mercado de câmbio no Brasil", afirmou Tombini, que participou de um evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Washington.

As declarações foram feitas um dia após o BC ter anunciado a retomada das operações de swap cambial (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro) pela primeira vez desde junho de 2009, para conter a alta da moeda americana, que ultrapassou a barreira de R$ 1,90, maior cotação em mais de um ano.

A medida serviu para atenuar o ritmo da valorização da moeda americana, mas Tombini não indicou se essas ações serão intensificadas.

O dólar vem apresentando uma trajetória de alta em relações a diversas moedas, em um momento em que a dívida e deficit na Europa se agravam e que o crescimento nos Estados Unidos continua fraco.

"Nós estamos em um momento de incerteza da economia global. As moedas de vários países têm se enfraquecido em um período mais recente. O real tem acompanhado esse movimento, de aversão ao risco, de instabilidade dos mercados, de questões ainda para serem resolvidas na Europa", afirmou.

Inflação

Tombini disse que o BC está monitorando o impacto das variações cambiais sobre a inflação.

"Temos de ver aonde esse novo padrão do câmbio internacional vai se estabilizar nos próximos dias, semanas", afirmou.

"Em relação à inflação, o impacto das variações de câmbio sobre os preços internos tem diminuído ao longo do tempo no Brasil. E nós vamos avaliar sempre essas condições no nosso trabalho no BC", disse.

As pressões inflacionárias são consideradas um dos principais problemas atuais da economia brasileira.

"Nós estamos em um momento de incerteza da economia global. As moedas de vários países têm se enfraquecido em um período mais recente. O real tem acompanhado esse movimento, de aversão ao risco, de instabilidade dos mercados, de questões ainda para serem resolvidas na Europa"

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central

O presidente do BC reiterou que o objetivo é trazer a taxa de inflação para o centro da meta, de 4,5%, no fim do ano que vem.

Crise

Tombini está na capital americana para participar do encontro de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 (grupo das maiores economias avançadas e emergentes, do qual o Brasil faz parte) e da reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.

Segundo o presidente do BC, atualmente há um risco maior de agravamento da crise global, mas o Brasil está bem preparado para enfrentar os problemas, com um sistema financeiro sólido e robusto.

Tombini disse que a atual projeção de crescimento do BC para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano, de 4%, deverá ser revisada para baixo na próxima reunião, no fim do mês, diante de um agravamento do cenário internacional.

Nesta semana, o FMI já reduziu as projeções de crescimento para a economia brasileira de 4,1% para 3,8%. A nova previsão segue a tendência de redução nas projeções para a economia global, em um momento de maior incerteza sobre a recuperação, agravado principalmente pela crise nos países europeus.

O mercado também vem reduzindo suas previsões para o PIB brasileiro. Segundo o último Boletim Focus (levantamento semanal do Banco Central com base em consultas ao mercado), a expectativa é de avanço de 3,52% neste ano.

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