Barragem rompe e isola cidades em Goiás

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Publicado Quinta, 31 de Janeiro de 2008 às 10:24, por: CdB

A intensidade de chuvas no sudoeste de Goiás provocou um acidente ambiental ainda sem proporções conhecidas. O rompimento de parte da barragem da Usina Hidrelétrica de Espora, localizada nas divisas dos municípios de Itarumã, Aporé e Serranópolis alagou dezenas de fazendas na região e segue fazendo estragos. A ponte da GO-206 entre as cidades goianas de Itarumã e Itajá foi levada pela força das águas e inviabilizou o acesso da região aos estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo.

– A cidade está isolada de Goiás e o acesso agora é só pelo Mato Grosso do Sul. A ponte tinha um fluxo de mais de três mil caminhões por dia. Os prejuízos são incalculáveis", ressaltou o prefeito de Itajá, Luciano Leão. A economia tem como base a pecuária e a agricultura e a preocupação agora é com a dificuldade no escoamento da produção.

A usina hidrelétrica de Espora fica na divisa dos municípios de Itarumã, Aporé e Serranópolis, no sul do Estado de Goiás O Rio Corrente, que formava o lago da usina, teve sua vazão aumentada em cerca de 30 metros cúbicos e deixou um rastro de destruição ao longo de sua margem, atingindo uma extensa faixa de vegetação. Matas ciliares e plantações foram destruídas pelo rápido aumento da vazão.

Fazendeiros da região reclamam ainda que parte do rebanho de gado também teria sido levado pelas águas. Ainda não se tem notícia de pessoas desaparecidas ou vítimas fatais.

A Defesa Civil do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar fiscais ambientais, técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da empresa administradora da usina, a Espora Energética S.A foram ao local fazer o levantamento preliminar das conseqüências desse acidente. No final da manhã, técnicos da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente - DEMA também se dirigiram para o local para avaliar o impacto ambiental.

Além da ponte da GO-206, também foram arrastadas outras duas pontes de estradas vicinais e pelo menos duas casas ficaram cobertas pela água, mas os moradores saíram a tempo. O cabo da PM Lázaro Antônio de Almeida, de 45 anos, a mulher, Namíbia Francisca da Silva, de 30, um amigo e um casal de idosos estavam em um sítio da margem à margem do rio.

Até o início da manhã desta quinta-feira, o comandante do Corpo de Bombeiros em Jataí, tenente coronel Múcio Ferreira, não descartava a hipótese de haver moradores alagados. O Corpo de Bombeiros ficou de enviar ainda nesta manhã duas equipes ao longo de 150 quilômetros pelo Rio Corrente até a foz do Rio Paranaíba, para um levantamento dos pontos alagados e identificar possíveis vítimas.

A Agência Ambiental aguarda agora o laudo da Defesa Civil sobre as causas e dimensões dos danos. Ontem, autoridades locais sobrevoaram a área alagada. Outra equipe da Agência Ambiental segue hoje para o local do acidente, com técnicos do Ministério Público.

A Usina de Espora está em operação desde stembro de 2006, tinha capacidade de produção de 32 megawatts e faz parte do sistema interligado da Aneel. Além do rompimento, toda a casa de máquinas da usina ficou submersa, o que dificulta uma análise da extensão dos estragos no sistema de produção de energia.

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