Banco do Brasil é assaltado em Mato Grosso

Uma quadrilha manteve reféns duas mulheres e quatro crianças, incluindo um bebê de apenas 9 meses, durante a execução de um assalto a banco em Barra do Bugres, em Mato Grosso.
 
O crime aconteceu entre a noite da última segunda-feira e a manhã da última terça-feira. As vítimas são parentes de gerentes de contas da agência do Banco do Brasil na cidade e somente foram libertadas 12 horas após o início do seqüestro.

Os gerentes foram obrigados a entregar cerca de R$ 200 mil que seriam usados para o pagamento de funcionários da usina Barrálcool, a maior empresa do município.

Por volta das 19h30 da segunda-feira, cerca de doze assaltantes invadiram simultaneamente as casas dos gerentes, que moram próximo às agências.
 
Quando os bancários chegaram em casa, receberam a informação de que deveriam aguardar até o amanhecer para que sacassem a quantia de R$ 1 milhão dos caixas. Suas esposas e filhos eram a garantia de que toda a ação seria concluída sem a interferência da Polícia. Caso contrário, os reféns seriam assassinados.
 
A quadrilha então se dividiu em dois grupos. Um se deslocou com os reféns para o cativeiro (uma casa velha em um pesqueiro abandonado a sete quilômetros da cidade) enquanto o outro tomava conta dos gerentes.

Monitorados pelos seus respectivos aparelhos de celular, os gerentes tiveram de ir até a agência para a retirada do dinheiro.

- Apesar da informação de que não havia R$ 1 milhão na agência, eles deram um prazo para que o restante do dinheiro fosse entregue e somente depois é que as esposas e crianças seriam liberadas - explicou o comandante do 3º Pelotão da PM, tenente Daniel Lipe Alvarenga.

Os bancários deixaram o dinheiro na saída da cidade e retornaram para suas residências, onde deveriam esperar por contato. De posse do dinheiro, os bandidos fugiram. Os assaltantes tiveram o cuidado de acompanhar o saque à distância para que não pudessem ser filmados pelo circuito interno de vídeo.
 
No cativeiro, percebendo que o silencio imperava, as mulheres se embrenharam no meio do mato e caminharam por cerca de 500 metros até que chegaram à MT-364, onde pediram ajuda aos motoristas. Os bandidos não usaram máscaras durante a ação. Eles portavam revólveres e pistolas.

Para a Polícia, o trabalho somente pode ter sido realizados por um grupo profissional. A localização de um Ford Mondeo em um matagal próximo ao cativeiro reforça a possibilidade de que a quadrilha seja composta por mais integrantes. A polícia somente pôde ser acionada por volta das 9h e deverá prosseguir com buscas durante o dia de terça-feira.
 
O Grupamento Aéreo da Polícia Militar e Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Civil se deslocaram para a cidade a fim de ajudar nas buscas. Pelo menos 30 policiais entre civis e militares estão trabalhando na operação.

Até às 18 horas nenhum dos assaltantes havia sido preso. Conforme a PM, as estradas que dão acesso a Barra do Bugres são recheadas por desvios, o que acaba por prejudicar os trabalhos.

Conforme assessoria de imprensa do Banco do Brasil, uma equipe médica se deslocou de Cuiabá para fazer o acompanhamento dos funcionários e seus familiares. O valor roubado não foi confirmado pela assessoria. Hoje a agência deverá funcionar normalmente.
 
Essa não é a primeira vez que parentes de funcionários de agências bancárias são mantidos reféns. No ano passado um gerente teve um objeto semelhante a uma bomba amarrada ao seu corpo para que entregasse o dinheiro do banco.