A presidente do Chile, Michelle Bachelet, pediu nesta sexta-feira a renúncia de todos os prefeitos do país. O apelo de Bachelet foi feito um dia depois que o ministro do Interior, Belisario Velasco, deixou o cargo, abrindo caminho para uma possível reforma ministerial – a quarta em menos de dois anos de gestão.
No Chile, os prefeitos não são eleitos pelo voto popular, mas indicados pelo governo central. Ao mesmo tempo, o cargo de ministro do Interior é equivalente ao de chefe da Casa Civil e de vice-presidente do País.
Num discurso no Palácio presidencial, Bachelet justificou o pedido de renúncia dos prefeitos, dizendo que quer realizar mudanças com “mais força e vigor em todo Chile”.
— Vou cumprir o caminho que defini e que começa a ser concretizado hoje nas regiões onde está o povo e onde temos muitos recursos, mas precisamos que cheguem a todos —, disse a presidente.
Bachelet afirmou também que não será “pautada pela imprensa ou articulistas” que querem dizer a ela o que fazer ou deixar de fazer.
Segunda etapa
Bachelet elogiou o papel de Velasco, dizendo que ele foi um dos “símbolos” na luta pela recuperação da democracia. Mas insistiu que em 2008 começa “segunda etapa” de seu governo.
— Farei todas as mudanças necessárias para conseguir uma melhor e mais rápida administração —, disse Bachelet que é socialista e Velasco integrante da Democracia Cristã (DC).
O Partido Socialista e a DC são as duas principais forças políticas da chamada Concertación, frente de centro-esquerda que está no poder desde o retorno da democracia ao Chile, no fim dos anos 80.
A líder chilena tem enfrentado dificuldades na sua administração desde que o sistema de transporte da capital chilena, batizado de “Transantiago”, entrou em vigor no início do ano passado.
Esse foi um projeto do governo do ex-presidente Ricardo Lagos, aliado de Bachelet, que acabou gerando protestos, principalmente em Santiago, onde está a maior concentração de eleitores do País.
Um dos motivos da saída de Velasco teria sido o fato de ele discordar do rumo das discussões sobre o financiamento e o destino do Transantiago. Nesta semana, pesquisas de opinião mostraram leve melhora na imagem popular de Bachelet. Para o oposicionista e ex-candidato a presidente Sebastián Piñera o fato reflete melhorias no “Transantiago”.
No entanto, segundo ele, a saída de Velasco requer a rápida convocação de “um novo capitão” deste barco.
Rio de Janeiro, Sexta, 29 de Março de 2024
Bachelet pede renúncia de todos os prefeitos do Chile
Arquivado em:
Publicado Sexta, 04 de Janeiro de 2008 às 19:39, por: CdB
Edição digital