Austrália estaria sob ameaça antes das eleições

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Publicado Terça, 31 de Agosto de 2004 às 07:51, por: CdB

A Austrália está sob risco de sofrer um ataque semelhante ao de Madri antes das eleições gerais do país, no dia 9 de outubro, disse o ex-chefe de contraterrorismo dos Estados Unidos Richard Clarke. Uma pesquisa de opinião mostrou nesta terça-feira que a disputa está apertada demais para prever qual partido sairá vencedor. Clarke afirmou que o risco de acontecer um ataque na Austrália é maior do que nos Estados Unidos, cujas eleições acontecem menos de um mês depois do pleito australiano.

O primeiro-ministro da Austrália, John Howard, e o líder trabalhista Mark Latham, da oposição, divergem sobre o papel da Austrália no Iraque. Latham prometeu retirar os 850 soldados australianos que estão no país árabe até o Natal, enquanto Howard é inflexível em relação ao tema.

- A Austrália é um pouco mais como o caso espanhol, onde você tem um partido dizendo 'Saiam' e outro mantendo as coisas como estão - disse Clarke a um canal de televisão australiano na noite desta segunda-feira.

- Essa situação é mais parecida à da Espanha e então é compreensível que a Al Qaeda ou algum grupo terrorista relacionado à Al Qaeda possa pensar que é capaz de afetar os resultados - disse ainda.

O partido Socialista da Espanha havia prometido retirar as tropas espanholas do Iraque e cumpriu seu compromisso depois de uma surpreendente vitória nas eleições de março, três dias após os atentados em trens de Madri, onde morreram 191 pessoas.

Clarke disse que havia menos risco de ataque nos EUA porque tanto o presidente George W. Bush como o democrata John Kerry já disseram que manterão as tropas no Iraque.

O especialista em segurança australiano Clive Williams concorda que há um risco de que a Austrália seja alvo de um ataque como o de Madri, mas afirma que seria mais difícil devido ao isolamento do país, o pequeno número de simpatizantes da Al Qaeda em território nacional e às duras leis contra explosivos.

- À primeira vista, parece que há um paralelo, mas eu acho que há algumas diferenças significativas - disse ele à Reuters.

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