Aumento da violência no Afeganistão provoca discussão

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Publicado Sábado, 29 de Novembro de 2003 às 18:10, por: CdB

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, reuniu-se com o chefe do Comando Central dos Estados Unidos neste sábado para discutir a escalada da luta contra a infiltração de militantes via o Paquistão, depois dos meses mais sangrentos no Afeganistão desde que as tropas norte-americanas alijaram o Talibã do Poder.

Karzai e o general John Abizaid encontraram-se no palácio residencial em Cabul antes de uma reunião entre representantes do Paquistão, Afeganistão e EUA, que será realizada nos próximos dias na capital afegã, para discutir a cooperação na `guerra contra o terror`.

Desde que Abizaid assumiu o Comando Central norte-americano, em julho, ocorreram mais de 400 mortes por ataques no Afeganistão, atingindo soldados norte-americanos e soldados afegãos, além de funcionários públicos, agentes de organizações de ajuda e muitos guerrilheiros.

Segundo autoridades, este está sendo o período mais sangrento no Afeganistão desde que as forças norte-americanas depuseram o Talibã, no fim de 2001, por abrigar o saudita Osama Bin Laden e membros de sua rede Al-Qaeda, acusadas de planejar os ataques do 11 de setembro nos EUA.

Numa entrevista ao jornal London Times, na quinta-feira, Karzai insistiu para que o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, contenha os grupos islâmicos radicais que oferecem abrigo aos que realizam ataques no Afeganistão.

Karzai disse que o líder supremo do Talibã, o mulá Mohammed Omar, um dos homens mais procurados do mundo, foi visto rezando numa mesquita na cidade paquistanesa de Quetta há dez dias.

Ele declarou também que militantes que operam usando o Paquistão como base pagaram US$ 600 para os matadores de Bettina Goislard, uma funcionária francesa da ONU, de 29 anos, que foi assassinada no Afeganistão no começo deste mês.

Um porta-voz de Karzai disse que o presidente e Abizaid discutiram o combate ao Talibã e maneiras de impedir a infiltração de guerrilheiros pela fronteira com o Paquistão.

O Paquistão, principal apoio do Talibã até os ataques de 11 de setembro de 2001, mas que atualmente é um aliado dos EUA, diz que está fazendo o melhor que pode para combater os militantes e nega que esteja fornecendo abrigo a eles.

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