Aumenta base de apoio do Governo Lula

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Publicado Quarta, 07 de Maio de 2003 às 06:34, por: CdB

Cinco dos seis parlamentares integrantes do Grupo Independente de Pernambuco(GI) - Armando Monteiro, Joaquim Francisco, Roberto Magalhães, José Chaves e José Múcio - todos de reconhecida expressão política estadual e nacional, comunicaram nesta terça-feira ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, a decisão de ingressar no Partido Trabalhista Brasileiro e apoiar as reformas do Governo Lula. O deputado Luiz Piauhylino, que também faz parte do Grupo, estava viajando, mas já manifestou sua opinião contrária ao ingresso no PTB, embora permaneça articulado com os demais em questões locais. Os parlamentares explicaram a Dirceu que a mudança do grupo se deve, fundamentalmente, à falta de autonomia e espaço em Pernambuco para a realização de projetos, como a disputa da prefeitura da capital em 2004 e do governo do estado em 2006 - Saímos do encontro com a garantia de José Dirceu de que o PTB terá autonomia local para lançar nosso pré-candidato Joaquim Francisco à Prefeitura de Recife em 2004 - comentou,o deputado José Chaves (PMDB). Armando Monteiro Neto, líder do GI e que articula sua candidatura ao Governo do Estado, em 2006, em oposição ao atual governador Jarbas Vasconcelos,se declarou muito animado com o ingresso dos independentes no PTB. "Estou muito animado porque acho que isso representa um novo eixo político em Pernambuco", disse o deputado, que está se desligando do PMDB. Com o apoio do grupo, a base parlamentar de sustentação do Governo Lula, na Câmara dos Deputados, passa a contar formalmente com 255 deputados. Para aprovar as reformas constitucionais, o Planalto precisa de 308 votos. Quem não ficou muito satisfeito com a novidade foi o atual prefeito petista da capital pernambucana, João Paulo. Ao comentar o assunto, partiu para o contra-ataque e foi direto ao calcanhar-de-aquiles dos trabalhistas, expondo a "contradição" entre se fortalecer o Governo Lula e enfraquecer o projeto do PT no Recife para 2004. Confusão O prefeito João Paulo (PT) bem que tentou disfarçar o incômodo diante do desfalque em sua base de sustentação - avalizado pela executiva nacional do seu próprio partido - com o ingresso dos dissidentes no PTB. Mas, "Há muita confusão nisso tudo. Eu não estou entendendo nada. Eles (PTB) vão apoiar o projeto Lula, mas o projeto Lula aqui (em Recife) é o nosso. São questões que ainda não estão claras. É preciso ter paciência", reagiu por telefone, de Sergipe, onde participa do Fórum Nacional dos Prefeitos. O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, no entanto, parece não comungar da mesma dúvida que o prefeito. Ao receber nesta terça-feira os independentes, "lavou as mãos" sobre os planos do grupo de lançar o deputado Joaquim Francisco (PFL) à disputa pela Prefeitura do Recife. Além de questionar as contradições do "novo PTB", João Paulo levantou dúvidas sobre a convivência entre Roberto Magalhães (PSDB) e o ex-senador Carlos Wilson (PTB). O ex-senador foi o principal adversário de Magalhães na campanha de 2000. - Tenho que aguardar. Há muitas coisas que precisam ser decantadas. Como vai ficar a relação de Carlos Wilson com Magalhães? Como os vereadores irão se posicionar? Não tenho pressa. Não estou com a sucessão no juízo - desconversou. João Paulo disse ainda que está acompanhando tudo pelos jornais e que não lhe foram repassadas ainda, pelos atuais dirigentes do PTB, os irmãos Campos (André e Carlos Wilson), muitas das informações publicadas. O prefeito se refere à possibilidade de o PTB entregar a única pasta que dispõe em seu Governo, a Secretaria de Turismo e Esportes.

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