Atingidos por barragem de Cana Brava vai acampar em Brasília

Arquivado em:
Publicado Quarta, 13 de Novembro de 2002 às 19:53, por: CdB

As mais de 600 famílias que foram expulsas pela Construção da Barragem de Cana Brava, no rio Tocantins em Goiás, estarão se mobilizando em Brasília a partir desta quarta-feira. A população que acampará em frente à representação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), somente sairá do local após audiência com diretores que definam soluções aos problemas ocasionados pela construção da barragem. Conforme cadastro do Movimento, 350 famílias atingidas pela obra simplesmente foram ignoradas pela empresa Belga/Francesa TRACTEBEL. As famílias exigem soluções imediatas para que possam voltar a produzir. Querem terra para reassentamento. Muitas outras famílias querem rever as indenizações que foram pagas pela empresa com valores irrisórios, havendo casos que por tudo que a família construiu em sua vida inteira a empresa depositou na justiça o valor de R$ 36,00 (trinta e seis reais). O Reservatório também atingiu a área indígenas dos Awa-Canoeiros, que têm uma população de menos de uma dezena. O BID financiou parte da construção dessa barragem, compactuando com a política destruidora da empresa. Há pressão grande por parte da TRACTEBEL e por parte do BID para encobrir a atual situação vivida pela população na região. O MAB e a Rede Brasil solicitaram a instalação de um Painel de Inspeção Independente pelo BID, para que possam levantar e solucionar os problemas criados com o deslocamento das famílias que não têm para onde ir. O pedido, sem resposta, vem se arrastando, deixando clara a má vontade do BID em descobrir e ter de admitir o que a população vem verificando no seu dia-a-dia. Muitas famílias estão passando fome e comprometendo a própria sobrevivência. É inadmissível que a população pague a conta com a sua própria vida, para que empresas multinacionais levem do Brasil altos lucros, às custas do sofrimento da população e da destruição do meio ambiente. A Barragem de Cana Brava foi construída pelo Grupo GERASUL, (belga e francês), grupo multinacional, que iniciou o enchimento do lago em janeiro de 2002. A obra está produzindo 450 MWh de energia e alagou mais de 35 mil hectares de terra, nos municípios de Minacú, Cavalcante e Colinas do Sul, todos em Goiás.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo