Até Cachoeira escapa do indiciamento após maioria vetar relatório final da CPMI

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Publicado Terça, 18 de Dezembro de 2012 às 10:34, por: CdB
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Titular na CPMI do Cachoeira, o senador Raldolfe Rodrigues (PSOL-AP) gostaria de aprovar o texto do petista Odair Cunha ao invés de nenhum documento
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira foi encerrada, nesta terça-feira, sem que um só responsável sequer fosse indiciado no esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal nas operações que levaram à cadeia o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que sai ileso deste processo. O relatório final do deputado Odair Cunha (PT-SP) foi derrotado por 18 votos a 16, com votos de parlamentares do PSDB, de parte do PMDB e partidos menores. Agora, o documento oficial produzido pela CPMI resume-se a duas páginas do voto em separado do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), aprovado já no fim da reunião por 21 votos a 7. A alternativa do parlamentar isenta a todos os envolvidos e determina o compartilhamento do o material produzido pela comissão para o Ministério Público e com a Polícia Federal. Negociação Odair Cunha bem que tentou aprovar seu relatório. Chegou a retirar quaisquer  referências a pedido de investigação contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, os pedidos de indiciamento de jornalistas, entre eles o diretor da revista semanal de ultradireita Veja. Nem assim conseguiu apoio da maioria dos parlamentares para o seu texto. No relatório, Odair manteve as acusações contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) e o dono da construtora Delta, Fernando Cavendish. O texto rejeitado acusava 41 pessoas: para 29, foi recomendado o indiciamento; e para 12, por terem foro privilegiado, foi solicitada a responsabilização. Todos os suspeitos, segundo o relator, estariam ligados ao esquema criminoso de Cachoeira, suspeito de comandar uma quadrilha ligada à exploração de jogos ilegais, envolvendo autoridades e agentes públicos. Na opinião do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que votou contra o relatório, Cunha usou de dois pesos e duas medidas ao responsabilizar apenas o governador tucano Marconi Perillo; além de promover uma espécie de “blindagem” para favorecer interesses do governo federal: – Não avançamos no essencial. A CPI termina onde deveria começar. Detectamos 18 empresas que receberam R$ 421 milhões de origem ilícita. Por que não houve essa investigação? A blindagem se estabeleceu, para que o desgaste não atingisse o governo federal – afirmou. Para o senador Randolfe Rodrigues, por sua vez, que votou favoravelmente ao relatório, mesmo com restrições ao texto de Odair Cunha, seria melhor aprovar alguma coisa do que deixar a CPMI terminar da forma melancólica como ocorreu. – Tenho minhas críticas, mas a CPMI precisa apresentar um relatório. É insuficiente, mas pelo menos, responsabiliza Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta. Isso vai para o MPF, que pode ir além. Não é um relatório perfeito, mas será luz de lamparina na noite da impunidade existente no Brasil – concluiu o senador.
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